Você pode me responder?
Andamos para frente ou para trás?...
A ESFINGE responde!...
Vânia Vieira,2006.
Hoje, no Terceiro Milênio,vivemos a era da Internet.
Neste imenso mercado persa, num verdadeiro oceano de ofertas e procuras, é possível encontrar-se desde a salvação pelo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo até a quase instantânea iluminação propiciada pela Augusta Fraternidade Dos Sete Anjos Primitivos, passando pela risível Sociedade Multifacetada dos Espíritos!
Alienígenas de Alfa Centauro acotovelam-se com Mestres Ascensionados e reencarnações de João Batista, fazendo parecer que a mais íntima motivação do Espírito, o auto-conhecimento. Tudo só depende do seu cartão de crédito! A palavra "esotérico" e suas variantes, banalizada pelos veículos de comunicação, distanciando-se consideravelmente de seu sentido original, atualmente nos arremete à cartomancia telefônica e serviços de aconselhamento, substitutos do divã do psicanalista.
Divindades egípcias ou nórdicas dividem espaço com orixás dos cultos afro, numa atabalhoada ciranda que, por vezes, atordoa o telespectador leigo em mitologias e carente de paz. Os "Mistérios nunca dantes revelados" estão agora ao alcance de quem quer que tenha um telefone e algumas economias.Até mesmo nas bancas de revistas...
Mas o Sábio Pastor de Almas já havia dito há séculos que:
"Pelo fruto se conhece a Árvore".
Uma pequena e descompromissada enquete entre adeptos e usuários dessa moderna versão de esoterismo pode mostrar que, quanto às verdadeiras mazelas, as chagas mais profundas e os desvios mais encobertos da natureza humana, tudo permanece na mesma, se não piorou.
O grau de Alta Sacerdotisa dos Mistérios Druídicos não cicatrizou a ferida do amor não-correspondido; o Sereníssimo Hierofante do Hermético Santuário ainda bate na mulher e fuma desvairadamente, tentando controlar a ansiedade...os bons moços das novelas podem freqüentar bocas de fumo e até páginas policiais...e muitos deles foram pegos dando entrada nas delegacias por lesão corporal...no sexo oposto... Fundadores e membros de tais "Sociedades Iniciáticas" costumam ser, em sua maioria, egressos de Escolas legítimas, das quais não conseguiram assimilar o espírito e onde não lhes foi permitido impingir suas opiniões pessoais. Embasando-se em uma pequena porção de informação recebida, tomam a parte pelo todo e se dão a direito de criar sua própria versão do Conhecimento original.
Foi assim que surgiram dezenas de "Lojas", "Templos", "Escolas" e "Fraternidades", pretendendo, sincera mas equivocadamente, transmitir a luz que sequer chegaram a receber! Claro, somos livres para pensar e agir conforme nosso arbítrio, dentro das estreitas bitolas que nos impõe a Lei Natural. Uma vez quites com as normas do país em que vivemos, nada nos impede de crer em Buda ou Jeová. E assim, singularmente paramentados e convencidos da validade dos ritos a que fomos apresentados, passamos pela vida como quem passa diante de uma universidade e diz: "Estive em Oxford!" Mas, o Tempo...Ah, o Tempo, este formidável Solvente Universal, que a tudo submete e reduz às reais proporções! Assim como majestosas ruínas foram, um dia, cheias de vida e movimento, velhos e carcomidos conceitos foram, em sua época, verdades incontestáveis, defendidas e divulgadas por seus idealizadores e discípulos.
A prodigiosa alquimia de Cronos, aquecendo lentamente crenças, dogmas e teorias com o fogo implacável da experimentação contínua, vem separando os elementos, volatilizando o que se demonstra inconsistente, transmutando o metal que contenha em si algo de nobre, ainda que em modestas partículas, de modo a juntá-lo ao Ouro dos Filósofos, que tem como pedra de toque o Conhecimento da Lei.
Ouçamos a voz do Tempo:
Ele é quem nos apresenta o resumo de todas as Obras. É ele o espelho que reflete a trajetória humana, como um gigantesco livro em que estão registradas as verdades, as mentiras e suas conseqüências. Neste livro se lê desde quando a Luz Iniciática impulsiona o espírito, despertando em seu âmago sementes da verdadeira Gnose.
Rompido o último Véu de Ísis, estaremos diante da sábia exortação da Esfinge:
"VER, OUVIR, OUSAR, CALAR!"
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