segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Ver e olhar-repassando...

Ver e olhar parecem coisas iguais, são no entanto totalmente opostas.
Olhar é ver superficialmente, de forma errada, é não enxergar profundamente,
é dar um significado individual e pessoal às coisas e às pessoas, olhar é debruçar-se
sobre a ilusão, já Ver, pelo contrário, é ver profundamente, além das aparências,
de forma correta, vendo as coisas e as pessoas com seu significado verdadeiro,
aquele que foi dado por Deus, é ver o Real por detrás da ilusão.
Aquele que olha é apenas um tolo iludido, aquele que vê é um mestre, um ser desperto.
Se eu vejo um homem e o considero um homem, um ser humano, eu estou
olhando, se eu o vejo com seus karmas, obsessores que o acompanham, etc.,
eu estou olhando também, se vejo seus defeitos eu estou novamente olhando, eu
apenas estarei Vendo quando o vir como o Eu-Alma perfeito e imutavelmente amoroso,
quando vir tudo o resto que cerca esse Eu-Alma como pura ilusão sem importância.
Se olho meu mundo e com ele me preocupo, com a poluição, camada de ozônio,
desenvolvimento nuclear, política ruim, decadência social, etc., estou sendo um
tolo, estou olhando apenas, agora se ao olhar o mundo o vejo perfeito, e a seus
habitantes também, e vejo toda a negatividade nele apenas como uma camada ilusória
sobre ele colocada e que pode ser retirada em um piscar de olhos, então eu estarei Vendo.
Olhar é ver o aparente, que nem sempre é o Real, Ver é ver através de todas
as ilusões e descobrir a Pura Luz de Deus por detrás de todas elas.
O tolo vê um Universo impermanente onde habitam seres humanos
impermanentes, um mestre vê os Planos do Real imutáveis onde habitam
Eu-Almas imutáveis, que temporariamente se encontram manifestando experiências
em um campo ilusoriamente mutável no qual manifestam ilusórias condições mutáveis.
O ser que olha vê separação, o ser que Vê vê Unidade, em tudo, o tolo vê
dualidade, a batalha do mal contra o bem, o mestre Vê que tudo é
Amor, embora nem sempre bem compreendido e aplicado.
Aquele que olha não compreende nada, aquele que Vê compreende
tudo, aquele que olha é uma entidade isolada de futuro incerto em
um pequenino planeta também com futuro incerto em um Universo
gigantesco, aquele que Vê pelo contrário é conscientemente
parte do Todo, e sabe que seu futuro é totalmente certo,
é Amor, ele vive na permanência e na estaticidade da perfeição.
Ainda assim, aquele que Vê necessita por vezes olhar, para poder
atuar sobre as ilusões dissolvendo-as, ainda assim, ele olha
Vendo, não interrompendo o processo de Ver por tempo algum.
O Pesquisador da Verdade necessita Ver, olhar é algo bem
limitado, olhar é como uma visão a preto e branco, e pouco
nítida, quem iria preferir ela a uma visão profundamente
nítida e a cores como é o caso de Ver?

Pois é... Mas ainda
assim todos preferimos olhar ao invés de Ver...