Andando, o principezinho encontrou um jardim cheio de rosas. Contemplou-as...eram todas iguais à sua flor.E deitado na relva, ele chorou...E foi então que apareceu a raposa.- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.- Que quer dizer "cativar" ?- É uma coisa muito esquecida. Significa criar laços...Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. Eu não tenho necessidade de ti e tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas se tu me cativas, teremos necessidade um do outro. Serás para mim, único no mundo. E eu serei para ti, única no mundo. Minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. O teu passo me chamará para fora da toca, como se fosse música. A gente só conhece bem as coisas que cativou.- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.- É preciso ser paciente. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal- entendidos. Cada dia te sentarás mais perto...Se tu vens por exemplo, às quatro da tarde, desde às três, eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:- Ah! Eu vou chorar...a gente corre o risco de chorar um pouco, quando se deixou cativar. E acrescentou:- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua, é a única no mundo. É simples, o segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. Foi o tempo que perdeste com tua rosa, que fez tua rosa tão importante. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar...
" Os homens do teu planeta, disse o principezinho, cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim...e nunca encontram o que procuram...E no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa, ou num pouquinho d'água...Mas os olhos são cegos. É preciso buscar com o coração..."
(Antoine De Saint- Exupéry)
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Cativar é criar laços...e mantê-los...
Andando, o principezinho encontrou um jardim cheio de rosas. Contemplou-as...eram todas iguais à sua flor.E deitado na relva, ele chorou...E foi então que apareceu a raposa.- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.- Que quer dizer "cativar" ?- É uma coisa muito esquecida. Significa criar laços...Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. Eu não tenho necessidade de ti e tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas se tu me cativas, teremos necessidade um do outro. Serás para mim, único no mundo. E eu serei para ti, única no mundo. Minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. O teu passo me chamará para fora da toca, como se fosse música. A gente só conhece bem as coisas que cativou.- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.- É preciso ser paciente. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal- entendidos. Cada dia te sentarás mais perto...Se tu vens por exemplo, às quatro da tarde, desde às três, eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:- Ah! Eu vou chorar...a gente corre o risco de chorar um pouco, quando se deixou cativar. E acrescentou:- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua, é a única no mundo. É simples, o segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. Foi o tempo que perdeste com tua rosa, que fez tua rosa tão importante. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar...
" Os homens do teu planeta, disse o principezinho, cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim...e nunca encontram o que procuram...E no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa, ou num pouquinho d'água...Mas os olhos são cegos. É preciso buscar com o coração..."
(Antoine De Saint- Exupéry)
" Os homens do teu planeta, disse o principezinho, cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim...e nunca encontram o que procuram...E no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa, ou num pouquinho d'água...Mas os olhos são cegos. É preciso buscar com o coração..."
(Antoine De Saint- Exupéry)
Tradição, como eu entendo- Vania Vieira
Você ontem pediu que eu definisse Tradição...Quem sou eu prá definir alguma coisa!
Apenas tentando, SEGUE!!!
A Tradição foi a fonte que deu origem a todas as ordens esotéricas ou iniciáticas do Ocidente. É comum a referência à Tradição com outras denominações, como por exemplo: “Ciência Primordial”, “ciência Arcaica”, “Tradição Primordial”, “Ciência Sagrada”, “Doutrina Secreta”, ou ainda outras expressões. A “Tradição” é a ciência que se originou na Atlântida e que melhor foi preservada no Egito, embora fragmentos desse conhecimento tenham se espalhado por todo o mundo. A preservação da Tradição ao longo do rio Nilo foi possível em virtude da civilização egípcia ter sido criada pelos Atlantes e por eles ter sido conduzida, durante milhares de anos, no período que os egípcios denominaram “tempo dos deuses”. A Tradição, no Egito, da mesma forma que se fazia na Atlântida, ficou preservada nos Templos, que eram grandes complexos culturais e místicos. Alguns destes Templos – os mais importantes – gravitavam em torno de um “mistério”, sendo por isso denominado como “Escola de Mistério” ou “Escola de Sabedoria”.A partir da XVIII Dinastia egípcia, por volta de 1.400 a.C., e por iniciativa do próprio faraó, as escolas de sabedoria do Egito foram unificadas, passando a constituir uma só entidade que conhecemos como “Fraternidade Egípcia”. A unificação destas escolas foi um importante fator para a preservação da Tradição, bem como para a sua expansão entre as nações vizinhas do Egito. Ramos da Fraternidade Egípcia foram criados na Grécia, na Síria, na Palestina, na Fenícia, na Babilônia, na Itália, na Pérsia e em algumas outras nações do Mediterrâneo e do Oriente Próximo. Os essênios foram um destes ramos estabelecido na Palestina; a palavra “essênio” é de origem egípcia e significa secreto. O complexo do Monte Carmelo, ao norte da Palestina – muitas vezes denominado como mosteiro – era um grande centro cultural e místico utilizado principalmente pelos essênios, e foi onde Jesus teve sua formação básica, até os 13 anos. Significativo é que o complexo do Monte Carmelo não foi construído pelos judeus, porém pelo faraó do Egito. Os Terapeutas foi outro ramo na Grande Fraternidade estabelecido, principalmente, em Alexandria e na Grécia. A Fraternidade teve com Pitágoras, a partir de sua escola estabelecida em Crótona, no sul da Itália, uma grande penetração no sul da Europa. Embora a escola de Pitágoras tenha sido destruída e o mestre morrido nesta ocasião, seus discípulos continuaram o trabalho que ele conduzia.Akenaton, foi um dos grandes mestres da Ciência Sagrada e, com sua ousada investida contra o clero de Amon-Rá, tentou fazer com que todo o Egito retornasse aos princípios sagrados originais do qual haviam se desviado. Assim, podemos dizer que a Fraternidade Egípcia foi a guardiã e difusora da Ciência Sagrada, incluindo aí, os conhecimentos dos Terapeutas.
Assim eu entendo...
Apenas tentando, SEGUE!!!
A Tradição foi a fonte que deu origem a todas as ordens esotéricas ou iniciáticas do Ocidente. É comum a referência à Tradição com outras denominações, como por exemplo: “Ciência Primordial”, “ciência Arcaica”, “Tradição Primordial”, “Ciência Sagrada”, “Doutrina Secreta”, ou ainda outras expressões. A “Tradição” é a ciência que se originou na Atlântida e que melhor foi preservada no Egito, embora fragmentos desse conhecimento tenham se espalhado por todo o mundo. A preservação da Tradição ao longo do rio Nilo foi possível em virtude da civilização egípcia ter sido criada pelos Atlantes e por eles ter sido conduzida, durante milhares de anos, no período que os egípcios denominaram “tempo dos deuses”. A Tradição, no Egito, da mesma forma que se fazia na Atlântida, ficou preservada nos Templos, que eram grandes complexos culturais e místicos. Alguns destes Templos – os mais importantes – gravitavam em torno de um “mistério”, sendo por isso denominado como “Escola de Mistério” ou “Escola de Sabedoria”.A partir da XVIII Dinastia egípcia, por volta de 1.400 a.C., e por iniciativa do próprio faraó, as escolas de sabedoria do Egito foram unificadas, passando a constituir uma só entidade que conhecemos como “Fraternidade Egípcia”. A unificação destas escolas foi um importante fator para a preservação da Tradição, bem como para a sua expansão entre as nações vizinhas do Egito. Ramos da Fraternidade Egípcia foram criados na Grécia, na Síria, na Palestina, na Fenícia, na Babilônia, na Itália, na Pérsia e em algumas outras nações do Mediterrâneo e do Oriente Próximo. Os essênios foram um destes ramos estabelecido na Palestina; a palavra “essênio” é de origem egípcia e significa secreto. O complexo do Monte Carmelo, ao norte da Palestina – muitas vezes denominado como mosteiro – era um grande centro cultural e místico utilizado principalmente pelos essênios, e foi onde Jesus teve sua formação básica, até os 13 anos. Significativo é que o complexo do Monte Carmelo não foi construído pelos judeus, porém pelo faraó do Egito. Os Terapeutas foi outro ramo na Grande Fraternidade estabelecido, principalmente, em Alexandria e na Grécia. A Fraternidade teve com Pitágoras, a partir de sua escola estabelecida em Crótona, no sul da Itália, uma grande penetração no sul da Europa. Embora a escola de Pitágoras tenha sido destruída e o mestre morrido nesta ocasião, seus discípulos continuaram o trabalho que ele conduzia.Akenaton, foi um dos grandes mestres da Ciência Sagrada e, com sua ousada investida contra o clero de Amon-Rá, tentou fazer com que todo o Egito retornasse aos princípios sagrados originais do qual haviam se desviado. Assim, podemos dizer que a Fraternidade Egípcia foi a guardiã e difusora da Ciência Sagrada, incluindo aí, os conhecimentos dos Terapeutas.
Assim eu entendo...
Direto para o céu...Será???
Foi tudo muito rápido. A executiva bem-sucedida sentiu uma pontada no peito vacilou, cambaleou, deu um gemido e apagou. Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um imenso portal. Ainda meio zonza, atravessou-o e deu de cara com uma miríade de pessoas, todas vestindo cândidos camisolões e caminhando despreocupadas. Sem entender bem o que estava acontecendo, a executiva bem- sucedida abordou um dos passantes:
- Enfermeiro, eu preciso voltar urgente para o meu escritório porque tenho um meeting importantíssimo. Aliás, acho que fui trazida para cá por engano, porque meu convênio médico é classe A, e isto aqui está me parecendo mais um pronto-socorro. Onde é que nós estamos?
- No céu.
- No céu?...
- É. Tipo assim, o céu, aquele. Com querubins voando e coisas do gênero.
- Que é isso amigo, você está com gozação?
- Certamente. Aqui todos vivemos em estado de gozo permanente.
Apesar das óbvias evidências (nenhuma poluição, todo mundo sorrindo, ninguém usando telefone celular), a executiva bem-sucedida custou um pouco a admitir que havia mesmo apitado na curva. Tentou então o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infalíveis técnicas avançadas de negociação, de que aquela situação era inaceitável.
Porque, ponderou, dali a uma semana ela iria receber o bônus anual, além de estar fortemente cotada para assumir a posição de presidente do conselho de administração da empresa. E foi aí que o interlocutor sugeriu:
- Talvez seja melhor você conversar com Pedro, o síndico.
- É? E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária?
- Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece.
- Assim?
- Pois não?
A executiva bem-sucedida quase desaba da nuvem. À sua frente, imponente, segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro. Mas a executiva havia feito um curso intensivo de approach para situações inesperadas e reagiu rapidinho:
- Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou uma executiva bem-sucedida e...
- Executiva... Que palavra estranha. De que século você veio?
- Do 21. O distinto vai me dizer que não conhece o termo "executiva"?
- Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo. Foi então que a executiva bem-sucedida teve um insight. A máxima autoridade ali no paraíso aparentava ser um zero à esquerda em modernas técnicas de gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, a executiva poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica, por assim dizer, celestial ali na organização.
- Sabe, meu caro Pedro, se você me permite, eu gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para esse povo todo aí, só batendo papo e andando à-toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para dar um upgrade na produtividade sistêmica.
- É mesmo?
- Pode acreditar, porque tenho PHD em reengenharia. Por exemplo, não vejo ninguém usando crachá. Como é que a gente sabe quem é quem aqui, e quem faz o quê?
- Ah, não sabemos.
- Headcount, então, não deve constar em nenhum versículo, correto?
- Hã?
- Entendeu o meu ponto? Sem controle, há dispersão. E dispersão gera desmotivação. Com o tempo, isto aqui vai acabar virando uma anarquia. Mas nós dois podemos consertar tudo isso rapidinho implementando um simples programa de targets individuais e avaliação de performance.
- Que interessante...
- Depois, mais no médio prazo, assim que os fundamentos estiverem sólidos e o pessoal começar a reclamar da pressão - sem nenhum retorno financeiro, salarial, entende? - e a ficar estressado, a gente acalma a galera bolando um sistema de stock option, com uma campanha motivacional impactante, tipo: "O melhor céu da América Latina".
- Fantástico!
- É claro que, antes de tudo, precisaríamos de uma hierarquização de um organograma funcional, nada que dinâmicas de grupo e avaliações de perfis psicológicos não consigam resolver. Aí, contrataríamos uma consultoria especializada para nos ajudar a definir as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas metas factíveis de leverage, maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do Grande Acionista... Ele existe, certo?
- Sobre todas as coisas.
- Ótimo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo, encontrar sinergias hi-tech, redigir manuais de procedimento, definir o marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto valor agregado. O mercado telestérico, por exemplo, me parece extremamente atrativo.
- Incrível!
- É obvio que, para conseguir tudo isso, nós dois teremos que nomear um board de altíssimo nível. Com um pacote de remuneração atraente, é claro. Coisa assim de salário de seis dígitos e todos os fringe benefits e mordomias de praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho certeza de que você vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela frente vai resultar em um turnaround radical.
- Impressionante!
- Isso significa que podemos partir para a implementação?- Não. Significa que você terá um futuro brilhante se for trabalhar com o nosso concorrente.
Porque você acaba de descrever, exatamente, como funciona o Inferno...
- Enfermeiro, eu preciso voltar urgente para o meu escritório porque tenho um meeting importantíssimo. Aliás, acho que fui trazida para cá por engano, porque meu convênio médico é classe A, e isto aqui está me parecendo mais um pronto-socorro. Onde é que nós estamos?
- No céu.
- No céu?...
- É. Tipo assim, o céu, aquele. Com querubins voando e coisas do gênero.
- Que é isso amigo, você está com gozação?
- Certamente. Aqui todos vivemos em estado de gozo permanente.
Apesar das óbvias evidências (nenhuma poluição, todo mundo sorrindo, ninguém usando telefone celular), a executiva bem-sucedida custou um pouco a admitir que havia mesmo apitado na curva. Tentou então o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infalíveis técnicas avançadas de negociação, de que aquela situação era inaceitável.
Porque, ponderou, dali a uma semana ela iria receber o bônus anual, além de estar fortemente cotada para assumir a posição de presidente do conselho de administração da empresa. E foi aí que o interlocutor sugeriu:
- Talvez seja melhor você conversar com Pedro, o síndico.
- É? E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária?
- Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece.
- Assim?
- Pois não?
A executiva bem-sucedida quase desaba da nuvem. À sua frente, imponente, segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro. Mas a executiva havia feito um curso intensivo de approach para situações inesperadas e reagiu rapidinho:
- Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou uma executiva bem-sucedida e...
- Executiva... Que palavra estranha. De que século você veio?
- Do 21. O distinto vai me dizer que não conhece o termo "executiva"?
- Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo. Foi então que a executiva bem-sucedida teve um insight. A máxima autoridade ali no paraíso aparentava ser um zero à esquerda em modernas técnicas de gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, a executiva poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica, por assim dizer, celestial ali na organização.
- Sabe, meu caro Pedro, se você me permite, eu gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para esse povo todo aí, só batendo papo e andando à-toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para dar um upgrade na produtividade sistêmica.
- É mesmo?
- Pode acreditar, porque tenho PHD em reengenharia. Por exemplo, não vejo ninguém usando crachá. Como é que a gente sabe quem é quem aqui, e quem faz o quê?
- Ah, não sabemos.
- Headcount, então, não deve constar em nenhum versículo, correto?
- Hã?
- Entendeu o meu ponto? Sem controle, há dispersão. E dispersão gera desmotivação. Com o tempo, isto aqui vai acabar virando uma anarquia. Mas nós dois podemos consertar tudo isso rapidinho implementando um simples programa de targets individuais e avaliação de performance.
- Que interessante...
- Depois, mais no médio prazo, assim que os fundamentos estiverem sólidos e o pessoal começar a reclamar da pressão - sem nenhum retorno financeiro, salarial, entende? - e a ficar estressado, a gente acalma a galera bolando um sistema de stock option, com uma campanha motivacional impactante, tipo: "O melhor céu da América Latina".
- Fantástico!
- É claro que, antes de tudo, precisaríamos de uma hierarquização de um organograma funcional, nada que dinâmicas de grupo e avaliações de perfis psicológicos não consigam resolver. Aí, contrataríamos uma consultoria especializada para nos ajudar a definir as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas metas factíveis de leverage, maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do Grande Acionista... Ele existe, certo?
- Sobre todas as coisas.
- Ótimo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo, encontrar sinergias hi-tech, redigir manuais de procedimento, definir o marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto valor agregado. O mercado telestérico, por exemplo, me parece extremamente atrativo.
- Incrível!
- É obvio que, para conseguir tudo isso, nós dois teremos que nomear um board de altíssimo nível. Com um pacote de remuneração atraente, é claro. Coisa assim de salário de seis dígitos e todos os fringe benefits e mordomias de praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho certeza de que você vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela frente vai resultar em um turnaround radical.
- Impressionante!
- Isso significa que podemos partir para a implementação?- Não. Significa que você terá um futuro brilhante se for trabalhar com o nosso concorrente.
Porque você acaba de descrever, exatamente, como funciona o Inferno...
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