terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A busca do elo perdido.

A BUSCA DO ELO PERDIDO
Por Tsadik Ben Kadosh
Sabemos com toda a certeza que Deus não mudou, pois como está escrito "Dá-me ouvidos, ó Jacó, e tu, ó Israel, a quem chamei; eu sou o mesmo, eu o primeiro, eu também o último". (Isaías 48.12). Se Ele que é o doador da vida e de toda autoridade não mudou só nos resta restar-nos refletirmos sobre a "igreja", essa sim merece ser analisada fria e biblicamente, tanto na sua estrutura como funcionalmente e se realmente entendemos o que Deus na sua misericórdia nos deu como "missão".
Todas as tribos, de todas as etnias e formação buscam respostas das formas mais diversificadas, que resulta em muito mais dúvidas do que certezas e muitas vezes traz o desprezo de muitos pelo Sagrado. Se sabemos que Deus é o mesmo ontem, hoje e eternamente (pelo menos para os que crêem que Ele existe) e se a história mundial nos revela um Deus poderoso, que faz de situações difíceis algo simples, que tem poder sobre tudo e todos e que segundo as Escrituras Deus tem um "corpo" representante legal d'Ele na terra e que esse "corpo" recebeu d'Ele toda a autoridade e poder, mas como explicar a decadência moral-religiosa desse "corpo"? Se Deus não mudou, partiremos do princípio que na "igreja" está o problema, essa instituição que prega facilidades, riquezas, dons que podem te mostrar o futuro que prega uma vida de facilidades sem compromisso, sem obrigações de cumprir as Leis do Criador, que temos de adaptar a Bíblia as nossas necessidades e filosofia de vida que podemos ter um relacionamento com Deus da forma que acharmos mais conveniente, porém vemos que a situação não é assim, nem no Antigo nem no Novo Testamento, veja o que diz as Escrituras: "FILHO meu, não te esqueças da minha lei, e o teu coração guarde os meus mandamentos" . (Provérbios 3.1) "Pois dou-vos boa doutrina; não deixeis a minha lei". (Provérbios 4.2) "Ouve tu, ó terra! Eis que eu trarei mal sobre este povo, o próprio fruto dos seus pensamentos; porque não estão atentos às minhas palavras, e rejeitam a minha lei". (Jeremias 6.19) "Os seus sacerdotes violentam a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; não fazem diferença entre o santo e o profano, nem discernem o impuro do puro; e de meus sábados escondem os seus olhos, e assim sou profanado no meio deles". (Ezequiel 22.26) "Escrevi-lhe as grandezas da minha lei, porém essas são estimadas como coisa estranha". (Oséias 8.12) "Não penseis que vim abolir a Torá ou os profetas; não vim para abolir, mas para tornálos plenos". (Mateus 5.17) "Amen! Por que vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da Torá um só Yud ou um só traço, até que tudo seja cumprido". (Mateus 5.18)
Temos que ter coragem e mais do que isso sermos fiéis ao Único Merecedor de total fidelidade, buscar através dos tempos o "elo" que foi quebrado e depois de encontrado restaurá-lo e fortalecê-lo. Voltamos aos tempos de Adão e Eva, vemos um casal privilegiado que tinha todas as tardes à visitação do Eterno como nos revela as Escrituras em Bereshit (Gênesis 3.8), "E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim", onde recebiam instruções sem nenhuma interferência teológica, doutrinária, reformada ou algo parecido, e que mesmo assim veio à queda e as condenações, a degradação humana, a perca do contato direto com o Mestre dos Mestres. Deste ponto o homem começa a necessitar de intermediários (mestres) para crescerem no conhecimento do Deus Criador. Cresce a população e quase que na mesma proporção a corrupção humana, e a degradação dos ensinamentos do Eterno, surge então a necessidade de registrar os ensinos. Este registro foi entregue a Moisés (Moshe Rabeinu - Moisés nosso professor) o qual teve a incumbência de transmitir ao povo escolhido como representante, guardião e transmissores das "Boas Novas", que cresceu aprendendo, ouvindo, vendo e vivendo as ações do Eterno.
Sempre dando ao homem a liberdade de interpretação Deus viu seus ensinamentos serem distorcidos e de certa forma o homem complicou algo que era muito simples.
Surgindo aquilo que chamamos de Teologia (conceitos de mestre, doutores, rabinos entre outros) tentando explicar o inexplicável. No momento atual como descobrirmos se o que falamos o que vivemos são acréscimos ou subtrações daquilo que o Eterno deseja de seus seguidores?
Claro que como Deus é o Deus da história e acreditamos que Ele está no controle de tudo, sabemos que tudo que estamos vivendo é propósito para o nosso crescimento, no entanto outra pergunta surge no meio desse pensamento, qual é o tempo de tudo isso se tornar claro, sem as interferências teológicas-doutriná rias? Já que cada Denominação, cada Pastor, cada Rabino escolhe e decide aquilo que é válido para ensinar ao povo tornando diminuto aquilo que foi passado pelo Eterno para ser ensinado, mesmo que isso eleve ainda mais a degradação humana.
Vamos buscar através das Escrituras, onde estamos nos distanciando dos princípios e de onde temos que começar a mudar nossas estruturas e passarmos a construir em solo seguro.
"Em Agosto do ano de 1173 começou a construção de um edifício que posterior mente receberia atenção mundial. Uma fundação foi lançada e os operários começaram a trabalhar com o mármore. A medida em que a estrutura de oito andares estava sendo concluída, diversos arquitetos começaram a notar um pequeno problema com ela. De alguma forma, esta linda torre de sino em Pisa, na Itália, parecia estar se inclinando em apenas alguns centímetros. Apesar do design na teoria ser de uma construção precisa, esta linda torre medieval estava se inclinando a 5,5 graus. Anos depois, precauções foram tomadas para evitar que esse monumento histórico caísse. A forma mais eficaz de evitar que a torre desmoronasse foi remover toda a terra em volta e debaixo da torre e substuíla por uma fundação mais nova e mais forte. Hoje, a torre serve orgulhosamente como sinal para todo o mundo da importância de uma fundação segura e bem construída. Yeshua (o nome hebraico do Messias, dado em Mateus 1.21) falou sobre este conceito através de uma parábola sobre um homem sábio que construiu sua casa sobre a rocha. Mateus 7.24-27: "Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda". (tirado do artigo "A Chave Para Entender a Bíblia" do Rav. Dani'el Rendelman) Ou, em outras palavras: "Uma pessoa que não baseia a sua vida na fundação das Escrituras é como um operário trabalhando na inclinada Torre de Pisa". Tudo que nos foi ensinado através dos tempos em nossas denominações é verdade?
Essa é a primeira de diversas perguntas que temos que fazer a nós mesmo e buscar as devidas respostas.
Pois se uma fundação mal feita faz um prédio com toda estrutura desmoronar, imagine nossa estrutura, nossa formação. Em que esta baseada minha vida? Essa é outra pergunta que devemos fazer. É preciso acreditar no que diz as Escrituras Sagradas sobre as Palavras do Eterno, onde em Isaías 40.8 diz: "Seca-se a erva, e murcha a flor; mas a Palavra de nosso Elohim [termo hebraico para o Ser Supremo] permanecerá eternamente" . Conforme muitas passagens das Escrituras fica claro que a base para caminhada espiritual de uma pessoa está nos cinco primeiros livros da Bíblia. São os ensinamentos dados a Moisés, e fundamento do qual a Bíblia seconstrói. Este foi o alicerce para todos os crentes, deixando bem claro o que é esperado para termos uma vida espiritual sadia. Eles não foram substituídos pelos Evangelhos e nem abolidos pelo Messias.
"Todavia o firme fundamento de Elohim permanece". (2 Timóteo 2.19ª) Porém quando uma pessoa faz sua decisão de seguir ao Messias, as nossas igrejas ensinam para eles que "basta conhecerem o Novo Testamento e "viver" conforme o Messias manda que vivam" tremendo engano, falso alicerce e fácil queda dessa estrutura que muitas das vezes são feitas de forma irresponsável. Se conseguirmos colocar na mente e no coração dos novos decididos que ele precisam conhecer o Pentateuco (Tora = ensinamentos) ele terá uma vida saudável com muito mais firmeza e compreenderá de forma mais sólida e consistente toda a Escritura. Porém se continuarmos a enganar as pessoas dando a eles a área para formarem seus alicerces por medo de encarar que a Palavra de Deus não envelhece, que as promessas são eternas e que os ensinamentos d'Ele são simples porém profundos, as pessoas continuarão a serem instrumentos do inimigo dentro e fora das congregações.
Lembra-se de Isaías 40.8? "Seca-se a erva, e murcha a flor; mas a palavra de nosso Elohim permanecerá eternamente" . Entenda que quando Isaías disse isso, as únicas Escrituras que os crentes tinham era a Torá de Moisés! Então, se você acredita que este versículo seja verdadeiro, você deve acreditar que todos os ensinamentos, mandamentos, e princípios nas Escrituras são para você. Eles não passaram. Na realidade, este versículo diz que eles "permanecerão para sempre". Esse é o primeiro passo para encontrarmos o "Elo" perdido, e começarmos a fortalecer esta ligação com o Eterno e termos uma base sólida para caminharmos ao encontro com o Noivo. Que o Eterno nos ajude a enxergar as falhas teológicas-doutriná rias e que tenhamos coragem de romper com cada uma, e possamos através d'Ele encontrarmos o caminho, a verdade e a vida.