É impressionante a força que cada palavra traz consigo! Com a vibração que cada uma carrega, transforma a atmosfera reinante naquele momento, mesmo que seja por um momento fugaz! Cada verbo, independente do número de letras que tenha, transporta com ele sentimentos, lembranças, um mundo infinito de idéias, que embora seja numa fração mínima de segundos, toca a quem o ouve e o transforma.
Assim, palavras como Amor, Carinho, Perdão, Paz, nos conectam com locais suaves e serenos de nosso Ser. Guerra, Agressão, Violência, Tristeza e tantas outras, com pontos de dor em nosso íntimo. Vale a pena observar isto e perceber como podemos mudar a nossa vida e melhorar a dos outros, a depender do que nos dispomos a falar, ou a calar...
E como falamos, sem parar, tanta coisa sem nexo, tanta coisa sem real importância, vamos semeando confusão e perturbação em torno de nós, muitas vezes sem nos darmos conta disto. Os grandes sábios que já nos visitaram neste plano sempre louvaram o poder do silêncio e a importância da palavra.
A propaganda, impulsora do capitalismo, nos bombardeia com idéias nem sempre verdadeiras, os meios de comunicação espalham notícias poluídas pela desesperança e desânimo e nós nos sentimos alquebrados, muitas vezes, sem nos darmos conta do porquê disto. E vamos passando adiante as notícias tristes que ouvimos e, com isto, colaboramos com o Mal, pois ajudamos o Medo a ir se instalando mais e mais nas mentes de todos, num movimento doentio e perigoso! Quando estamos medrosos, abandonamos a nossa força, nos desanimamos, afastamo-nos do Amor, de nossa Fonte de Vida.
Cada fonema é uma vibração, um som, traz harmonia, ou desequilíbrio. .. O tom de nossa voz, quando falamos, também emite, ou não, boas vibrações... Pessoas há que até pelo telefone nos fazem mal, pela forma dura com que pronunciam as palavras. Outras nos acalmam como num passe de mágica, pois ouvi-las é agradável, terno, sereno, tranquilizador.
Acho que precisamos nos defender da balbúrdia reinante, desta pressa desestruturante que nos arrasta de roldão sem que saibamos sequer para onde, de canais de televisão que noticiam apenas o que nos deprime e nos faz sofrer. Se todos nós fizéssemos isto, deixássemos de assistir determinados programas, por estarmos conscientes do mal que nos fazem, o IBOPE acabaria por levá-los a se modificar. E o pior é que nem todos os que assistem à televisão têm consciência crítica, pois muitos são crianças, na idade, ou no espírito.
Enfim, sabemos que viver neste nosso mundo tecnológico tem suas vantagens, mas é também muito difícil! Cultivar o silêncio em meio a tantos sons e ondas emitidos por tantos aparelhos diferentes, por tantas mentes desequilibradas, não é brincadeira, exige esforço e atenção, mas é necessário, para nossa sobrevivência e salvação.
Muitas vezes, enquanto sorrimos apenas com os lábios, procurando demonstrar algo que está longe do que estamos sentindo, nosso Ser está chorando...
Cultivando mais o calar, teremos mais cuidado no falar. Assim, cada palavra terá um sentido verdadeiro para nós, abrirá um caminho, construirá uma ponte, restaurará uma relação, fará uma aliança, aliviará uma dor, plantará uma semente de amor.
O olhar comunica com muito mais sinceridade. .. Mas poucos prestam a devida atenção a ele. Os gestos, também. Mas, as palavras, por serem mais fáceis de serem percebidas, podem destruir muito mais! Que elas não saiam de nós sem uma reflexão, sem caridade e sem uma intenção boa, ou estaremos trabalhando para o Mal e, consequentemente, isto receberemos em troca, por causa da lei infalível de Ação e Reação.
Que nossas palavras criem uma música harmoniosa que ajude a espantar de vez a tristeza e a doentia paisagem atual de nosso planeta!
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Os antigos indígenas do Maranhão-Vania Vieira.
Os antigos indígenas do estado do Maranhão, possuíam uma espécie de sistema astrológico profético resgatado para a posteridade pelo religioso francês Claude d'Abbeville que, no século XVI incursionou pelo território que compreende as terras do atual estado do Maranhão.
Sua crônica dava pormenores de como alguns astros possuíam significação agoureira para os ameríndios. Eis uma parte das descrições que d'Abbeville nos legou:
"Há outra estrela a que os maranhenses chamam Iaouäre, isto é, cão. É muito vermelha e, ordinariamente, acompanha a Lua de perto, tanto assim que, quando vêem a Lua deitar-se, dizem que a estrela late em seu encalço, como um cão para devorá-la.
Quando a Lua permanece muito tempo oculta, durante a estação invernosa, acontece, em alguns casos, se surge após às chuvas, mostrar-se vermelha que só sangue. Afirmam então, os maranhenses, que é por causa da estrela Iaouäre. E logo todos os homens pegam os seus bordões e, voltando-se para a Lua, batem no chão com toda a força entre mentes, mulheres e crianças gemem, aos gritos e uivos, voltadas para o céu, depois do que se deitam e rolam na terra, batendo, durante todo o tempo, com a cabeça e as mãos no solo.
Desejando saber o motivo desse desatino e dessa diabólica superstição, vim a saber que os índios pensam morrer quando avistam a Lua assim sanguinolenta, logo que aparece depois das chuvas. Os homens, portanto, batem no chão em sinal de alegria e contentamento, porque vão morrer e juntar-se ao Pai Grande".
A origem deste temor profético está relacionado com o mito que falava do desaparecimento do Sol, tragado por um grande morcego, seguido da vinda do "Tigre Celeste" (Jaguar) semelhante a um cão e de cor azulada que se arremessaria contra os homens para devorá-los. O animal lendário pode ser identificado com a estrela que traz seu nome, cuja posição junto à Lua provoca o desespero dos indígenas.
A cor vermelha da Lua se explica, neste caso, pelo furor do jaguar celeste, considerada presságio de aniquilamento do Universo e anúncio do fim dos tempos.
Mito semelhante possuía os índios Krahós de Goiás. Acreditavam que o planeta Vênus (Katcheeré) acudia para devolver o brilho do Sol. De forma geral, os indígenas brasileiros acreditavam que a aparição de Vênus era um sinal de bom agouro, um prelúdio de esperança, principalmente quando atingia seu brilho máximo alguns dias do ano.
Uma outra categoria de astros que anunciava grandes catástrofes é os cometas. Conta-se que a aparição de um cometa no céu indicava que alguma pessoa próxima ou parente morreria. Ao contrário de hoje, a passagem de uma estrela cadente pode vaticinar boas novas para todo aquele, que mentalmente fizer um pedido.
A Lua, por sua vez, permite adivinhar mudanças de tempo. A Lua nova anuncia trovejadas, especialmente no mês de outubro. A Lua mais alta no céu, coincide com a maré alta. Um eclipse lunar pode indicar, como os cometas, infortúnios. Havia quem acreditasse que olhar para ela durante o fenômeno podia provocar doenças.
índios krahós
Os índios krahós possuíam muitos mitos interessantes a respeito dos astros. A aparição do planeta Júpiter nos céus goianos no princípio da noite anunciava a época da seca. Quando a Lua (Pud'Ieré) passava perto de Júpiter, anunciava que as mulheres da tribo ficariam menstruadas. Ao aparecer no céu duas estrelas da constelação da Ursa Maior se prognosticava um casamento iminente. Mas o conjunto estelar mais importante era o das Plêiades, também alto do céu, começavam as chuvas mais fortes.
antigos guaranis
Os antigos guaranis, que habitavam a fronteira entre o Brasil e o Paraguai, possuíam estranhas lendas a respeito dos astros e suas influências sobre os seres humanos. A nossa tão conhecida constelação do Cruzeiro do Sul apontava para o "Centro do Mundo", onde vivia o grande deus, Nhandervusu. No dia em que o eixo da constelação se desvie da sua posição original acontecerá o pior: um grande cataclismo acabará com todos os seres vivos.
nhanaguas
Já para os nhanaguas, um outro grupo guarani, o Cruzeiro do Sul era Nhandu'i-pó e representava o rastro deixado por um nhandú ou ema (avestruz) no céu e a sua aparição nas noites mais claras era bom sinal.
A Lua nova anunciava o inicio do ciclo menstrual das mulheres e proibia-se as relações sexuais. Quem se rebelasse contra esta proibição estaria exposta a uma misteriosa e cruel doença. A aparição das Plêiades no céu da Primavera assinalava o momento de semear espécies vegetais como melancias.
O desaparecimento do céu da constelação de Orion (Três Marias) anunciava a chegada do inverno.
índios de Roraima
Os índios de Roraima acreditavam que as Plêiades formam, junto com uma parte da constelação de Orion, a figura de um homem com uma perna só que subiu ao céu, depois de sua mulher ter-lhe cortado a outra. Antes de subir, disse ao seu irmão que, com o seu desaparecimento, começaria as chuvas, e portanto, a abundância de alimentos.
Foi observando as estrelas, que o homem primitivo associou o "Céu Noturno" às variações metereológicas. Para memorizar certos aspectos, este homem aglomerou-as em constelações e passou a designá-las com nomes de animais e personagens de sua mitologia. Passou então a contá-las através de histórias de cunho popular.
Esta tradição oral, chegou até nossos dias, através de um conjunto de lendas. Em conseqüência deste processo verbal, uma série de superstições foram adicionadas a estas lendas, com o objetivo de explicar tudo aquilo que não conseguiam explicar racionalmente.
Assim, os astros passaram a ser idolatrados como deuses, surgindo a astrolatria, que serviu de base à astrologia.
Sua crônica dava pormenores de como alguns astros possuíam significação agoureira para os ameríndios. Eis uma parte das descrições que d'Abbeville nos legou:
"Há outra estrela a que os maranhenses chamam Iaouäre, isto é, cão. É muito vermelha e, ordinariamente, acompanha a Lua de perto, tanto assim que, quando vêem a Lua deitar-se, dizem que a estrela late em seu encalço, como um cão para devorá-la.
Quando a Lua permanece muito tempo oculta, durante a estação invernosa, acontece, em alguns casos, se surge após às chuvas, mostrar-se vermelha que só sangue. Afirmam então, os maranhenses, que é por causa da estrela Iaouäre. E logo todos os homens pegam os seus bordões e, voltando-se para a Lua, batem no chão com toda a força entre mentes, mulheres e crianças gemem, aos gritos e uivos, voltadas para o céu, depois do que se deitam e rolam na terra, batendo, durante todo o tempo, com a cabeça e as mãos no solo.
Desejando saber o motivo desse desatino e dessa diabólica superstição, vim a saber que os índios pensam morrer quando avistam a Lua assim sanguinolenta, logo que aparece depois das chuvas. Os homens, portanto, batem no chão em sinal de alegria e contentamento, porque vão morrer e juntar-se ao Pai Grande".
A origem deste temor profético está relacionado com o mito que falava do desaparecimento do Sol, tragado por um grande morcego, seguido da vinda do "Tigre Celeste" (Jaguar) semelhante a um cão e de cor azulada que se arremessaria contra os homens para devorá-los. O animal lendário pode ser identificado com a estrela que traz seu nome, cuja posição junto à Lua provoca o desespero dos indígenas.
A cor vermelha da Lua se explica, neste caso, pelo furor do jaguar celeste, considerada presságio de aniquilamento do Universo e anúncio do fim dos tempos.
Mito semelhante possuía os índios Krahós de Goiás. Acreditavam que o planeta Vênus (Katcheeré) acudia para devolver o brilho do Sol. De forma geral, os indígenas brasileiros acreditavam que a aparição de Vênus era um sinal de bom agouro, um prelúdio de esperança, principalmente quando atingia seu brilho máximo alguns dias do ano.
Uma outra categoria de astros que anunciava grandes catástrofes é os cometas. Conta-se que a aparição de um cometa no céu indicava que alguma pessoa próxima ou parente morreria. Ao contrário de hoje, a passagem de uma estrela cadente pode vaticinar boas novas para todo aquele, que mentalmente fizer um pedido.
A Lua, por sua vez, permite adivinhar mudanças de tempo. A Lua nova anuncia trovejadas, especialmente no mês de outubro. A Lua mais alta no céu, coincide com a maré alta. Um eclipse lunar pode indicar, como os cometas, infortúnios. Havia quem acreditasse que olhar para ela durante o fenômeno podia provocar doenças.
índios krahós
Os índios krahós possuíam muitos mitos interessantes a respeito dos astros. A aparição do planeta Júpiter nos céus goianos no princípio da noite anunciava a época da seca. Quando a Lua (Pud'Ieré) passava perto de Júpiter, anunciava que as mulheres da tribo ficariam menstruadas. Ao aparecer no céu duas estrelas da constelação da Ursa Maior se prognosticava um casamento iminente. Mas o conjunto estelar mais importante era o das Plêiades, também alto do céu, começavam as chuvas mais fortes.
antigos guaranis
Os antigos guaranis, que habitavam a fronteira entre o Brasil e o Paraguai, possuíam estranhas lendas a respeito dos astros e suas influências sobre os seres humanos. A nossa tão conhecida constelação do Cruzeiro do Sul apontava para o "Centro do Mundo", onde vivia o grande deus, Nhandervusu. No dia em que o eixo da constelação se desvie da sua posição original acontecerá o pior: um grande cataclismo acabará com todos os seres vivos.
nhanaguas
Já para os nhanaguas, um outro grupo guarani, o Cruzeiro do Sul era Nhandu'i-pó e representava o rastro deixado por um nhandú ou ema (avestruz) no céu e a sua aparição nas noites mais claras era bom sinal.
A Lua nova anunciava o inicio do ciclo menstrual das mulheres e proibia-se as relações sexuais. Quem se rebelasse contra esta proibição estaria exposta a uma misteriosa e cruel doença. A aparição das Plêiades no céu da Primavera assinalava o momento de semear espécies vegetais como melancias.
O desaparecimento do céu da constelação de Orion (Três Marias) anunciava a chegada do inverno.
índios de Roraima
Os índios de Roraima acreditavam que as Plêiades formam, junto com uma parte da constelação de Orion, a figura de um homem com uma perna só que subiu ao céu, depois de sua mulher ter-lhe cortado a outra. Antes de subir, disse ao seu irmão que, com o seu desaparecimento, começaria as chuvas, e portanto, a abundância de alimentos.
Foi observando as estrelas, que o homem primitivo associou o "Céu Noturno" às variações metereológicas. Para memorizar certos aspectos, este homem aglomerou-as em constelações e passou a designá-las com nomes de animais e personagens de sua mitologia. Passou então a contá-las através de histórias de cunho popular.
Esta tradição oral, chegou até nossos dias, através de um conjunto de lendas. Em conseqüência deste processo verbal, uma série de superstições foram adicionadas a estas lendas, com o objetivo de explicar tudo aquilo que não conseguiam explicar racionalmente.
Assim, os astros passaram a ser idolatrados como deuses, surgindo a astrolatria, que serviu de base à astrologia.
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