quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Adélia Prado:Meditação à beira de um poema,

Podei a roseira no momento certo
e viajei muitos dias,
aprendendo de vez que se deve esperar
biblicamente pela hora das coisas.
Quando abri a janela,
vi-a,como nunca a virac onstelada,os botões,
Alguns já com rosa- pálido
espiando entre as sépalas,
jóias vivas em pencas.
Minha dor nas costas,
meu desaponto com os limites do tempo,
o grande esforço para que me entendam
pulverizam-sediante do recorrente milagre.
maravilhosas faziam-seas cíclicas perecíveis rosas.
Ninguém me demoverá do que de repente soube
à margem dos edifícios da razão:
a misericórdia está intacta,
vagalhões de cobiça,punhos fechados,
altissonantes iras,
nada impede ouro de corol a se acreditai:
perfumes.
Só porque é setembro...