E nesses dias sem vento ficam os poemas assim... estagnados nos dedos e o cheiro parado do que não precipita...Apenas o enjôo permanente adotado de maneira morna
E a sensação equivalente das notícias amareladas,tempo gasto, tempestade represada dentro...
E nesses dias sem vento as idéias não cavalgam os cabelos, não balançam ausentes:
As idéias afiadas cravam dentes, garras, intentos.
Apenas a mão forte da razão cala a tapas... O grito, a sorte, o lamento.
E nesses dias sem vento...Derramo o corpo, qualquer canto, alheia ao encanto da poesia,
varia com sede de vôo...
Apenas estaciono as vontades no comprimento,
Mirando o horizonte a afiar um verso vago
Que hei de cravar na mediatriz do tempo...