quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Quem ajuda os outros é ajudado, talvez amanhã, talvez daqui a mil anos, mas será ajudado. A natureza precisa saldar a dívida. É uma lei matemática e toda a vida é matemática. G. L. Gurdjieff A Lei da Compensação é a lei que nos ajuda a compreender a abundância e a lidar com questões financeiras. A Lei da Compensação é a Lei de Causa e Efeito aplicada às bênçãos que nos são concedidas. Enquanto a Lei de Causa e Efeito trata basicamente de acontecimentos, a Lei da Compensação trata dos ganhos materiais e espirituais que temos na vida. É na manifestação dessa lei que vemos os efeitos visíveis de nossos atos, em forma de dádivas, dinheiro, heranças, amizades e bênçãos. Muitos de nós não recebem essas bênçãos por causa das crenças conscientes e subconscientes que dirigem os acontecimentos da vida de cada um. Para atingir a mestria em relação a essa lei e receber a abundância, é preciso interromper a consciência de pobreza que vem do condicionamento desta vida e de programações de vidas passadas. É preciso abandonar as gravações dessas experiências e começar a ver o mundo como um lugar de abundância, onde há o bastante para todos. É necessário superar a programação do passado, que era alimentada por afirmações como: O dinheiro é a raiz de todos os males. Os ricos não podem ser espirituais. Ser espiritual significa renunciar ao dinheiro e às coisas da vida que nos dão prazer e conforto. Para interromper a consciência de pobreza, é preciso reprogramar a maneira de pensar, para que a mente consciente e a subconsciente não sabotem o que nos é devido. Neste caso, as afirmações são uma ajuda valiosa. Algumas pessoas são bem-sucedidas na vida porque fazem mais pelos outros e porque têm uma atitude que favorece o sucesso. Quem quer mais da vida deve dar mais e ter sempre as emoções, as palavras e os pensamentos corretos a esse respeito. A aplicação dessa lei nem sempre significa que você vai receber exatamente o que deu. Às vezes, você dá de uma forma (como dinheiro) e recebe a compensação de outra forma, como um belo presente ou um almoço pago por um amigo. Além disso, a lei é ampliada pela Lei do Retorno Décuplo. O que você dá, volta em formas que têm dez vezes o valor de sua dádiva. Há casos de acordos que modificam o uso dessa lei. Se você acha que deu mais do que recebeu, é possível que esteja pagando dívidas kármicas ou usando a lei como um plano de poupança. Neste caso, é possível que tenha feito um acordo no sentido de receber bem depois — até mesmo em outra vida. Talvez você esteja começando um plano de poupança de karma bom que vai lhe valer no futuro. Nunca perca a esperança em relação a essa lei, independentemente de como se sente. Mantenha a fé e saiba que ela é justa e verdadeira. Não confunda a aplicação desta lei com os Testes de Iniciação. Às vezes, o que nos acontece parece ser uma punição, mas na realidade não é. Trata-se de um teste para fortalecer alguma fraqueza interior. O discernimento nos ensina a diferença entre essas duas coisas. Observe: às vezes, o que parece ser o oposto de uma recompensa acaba se revelando como um incrível benefício, depois que a pessoa passa no teste e se torna melhor com a experiência. Paciência é a chave. Espere, e as dádivas serão reveladas. A Lei da Compensação é uma extensão da Lei de Causa e Efeito, na medida em que reflete as “recompensas justas” ou “punições” que as pessoas recebem pelas sementes que semearam. É uma lei precisa, com as próprias variações, que atua para dar a cada um mais do que se pode imaginar Isso ocorre quando a alma se alinha com o Eu Superior a serviço dos outros. A Lei da Compensação envolve os atos de dar e receber É a lei que garante que cada vontade seja atendida por Deus. É a manifestação da Ordem Divina em todas as coisas e a lei que concede liberdade às mentes que trabalham para dissolver a consciência de pobreza e as necessidades insaciáveis. A lei é perfeita em seu desígnio. Diz, basicamente, que para tudo o que se dá haverá um retorno. Mas há uma particularidade dessa lei que nem todo mundo conhece. Essa particularidade é a Lei do Retorno Décuplo, segundo a qual, quando uma pessoa aprende a dar de coração, o universo retribui com uma dádiva dez vezes maior Isso apóia a premissa de que “é melhor dar do que receber”. Eu transmito este conhecimento de coração, Meus Caros. E é de coração que pergunto: “O que mais posso oferecer a vocês neste momento?” Feito isso, como minha atitude, minha motivação e meu coração estão alinhados com a verdade, revelo a vocês agora que serei recompensado dez vezes por esse oferecimento. Geralmente, a Lei do Retorno Décuplo só começa a funcionar quando a pessoa libera medos que enviam mensagens do tipo “o que tem não vai dar”. Outra condição que facilita a atualização dessa lei é a sintonia do campo áurico com as vibrações superiores de Luz. Atingir uma frequência mais alta na Luz eleva automaticamente o corpo, a mente e o Espírito a uma dimensão superior liberando assim a antiga programação que aprisiona a pessoa. Não dá para separar as leis de sua influência num universo de Unidade, em que tudo é Um. Assim, é bom enfatizar que a compensação é também o reflexo do pensamento multidimensional de cada um. É o que diz o Mais Radiante, ao explicar que o homem se transforma naquilo que pensa. Essa norma afirma que o que é colhido é ajusta consequência de tudo que é semeado. A Lei da compensação garante que tudo é justo e está em alinhamento com o Divino, pois as leis não têm preconceitos, tratando de maneira imparcial e indiferente todas as almas. Cada alma é o próprio juiz no plano terreno, pois o livre-arbítrio estabelece as dádivas que serão concedidas a cada uma. Outro fator que entra em justa compensação é o cumprimento de promessas e contratos feitos entre as vidas. Cada alma que vem à Terra recebeu uma missão de Deus, mesmo que não saiba disso. Os contratos são firmados no etérico e revistos periodicamente em estados de sonho, estabelecendo padrões e medidas de desempenho para a pessoa encarnada. Quando as promessas são cumpridas, a alma é recompensada dez vezes. É essa a marca dos que possuem o “Toque de Midas”. Quando a palavra não é honrada, a frequência vibracional tende a diminuir favorecendo os chamados “desapontamentos” e “frustrações”, que não são prontamente entendidos no plano da Terra. Quando se entra em contato com a complexidade de todas as realidades dimensionais e frequências vibracionais que impactam a alma, é possível perceber que o alinhamento com a Luz do Eu Superior é a única maneira de sair da sujeição. Tudo deve estar na verdade e na vibração mais alta para controlar o destino individual. A ligação com o Eu Superior e com a vontade de Deus garante paz, harmonia e uma vida realizada. O livre-arbítrio é a dádiva de Deus à humanidade. Permite que todos escolham as próprias recompensas, com base na aplicação da integridade. A integridade é a chave que concede às almas que fazem a jornada espiritual as maiores dádivas e recompensas, tanto espirituais quanto materiais. Quando a alma se sente incapaz de modificar os acontecimentos, evocar a Lei da Perpétua Transmutação de Energia Radiante (em cooperação com o Eu Superior) é a maneira de sanar a situação. Aplique essa lei e aguarde o retorno. Sua aplicação cria Ordem Divina, e a compensação que dai vem ultrapassa a compreensão. Falando em compensação, outro aspecto importante dessa lei é o pagamento a si mesmo. Geralmente as pessoas dão aos outros e não a si mesmas, o que demonstra falta de amor por si mesmas e cria um desequilíbrio nos campos que sustentam o fluxo natural de energia. Todos devem aprender PRIMEIRO a se amar e desse estado mental todo o resto flui. Quanto mais você amar a si mesmo, mais amor terá para dar aos outros: será como uma taça sempre cheia. A taça que transborda é a taça do amor divino que se derrama no universo, tocando as vestes de todos os outros. Quem não trata a si mesmo com a mesma benevolência concedida aos outros, vai criar um ciclo de privação. Para manter constante o fluxo de energia, são necessários atitudes, palavras, ações e pensamentos positivos. Os bloqueios criam iniquidades, embora da perspectiva universal as iniqüidades não sejam reais: são meras percepções. Todavia, tudo deve ser mantido em alinhamento com a harmonia e o amor e isso inclui o amor ao eu, contido no interior de cada um. Compensar demais os outros é outro obstáculo ao delicado funcionamento desta lei. A psique humana é esperta e às vezes faz com que a pessoa acredite que quem dá mais tem mais valor Assim, dar passa a ser uma coisa boa e nobre na medida em que corrobora o autovalor. Como já foi dito, dar, dar de coração, É uma coisa nobre e é A ação que garante a liberdade. Mas quando alguém dá pelo motivo errado, para compensar a falta de amor por exemplo, então as energias ficam bloqueadas. Para manter a energia equilibrada é preciso dar proporcionalmente a si mesmo e aos outros. Equilíbrio! Equilíbrio! Equilíbrio! Esse é o único acesso para a mestria. Se é o equilíbrio é mantido em todos os momentos, juntamente com a verdade e a integridade, então a Lei da Compensação será realizada. Em honra do Deus interior Eu, El Morya, termino esta transmissão para o Divino. Vão em paz. Resumo A Lei da Compensação é a Lei de Causa e Efeito aplicada a ganhos materiais e espirituais na vida. Seguem-se algumas características de sua aplicação: Não percebemos a abundância por causa de crenças e programações segundo as quais não é possível ser espiritual e gozar da abundância. Isso muda quando passamos a dimensões mais altas da mente. Recebemos dádivas e bênçãos de acordo com o grau de nossa capacidade de dar aos outros. As dádivas aos outros são recompensadas com um retorno décuplo, desde que tenham sido feitas de coração. É preciso amar a si mesmo para conseguir dar aos outros.
PEDRINHAS: A CONTA SEMPRE CHEGA! Uma verdade, uma análise lúcida e perfeita!!! Ney Bello Professor, escritor e desembargador federal Dizem que o filósofo alemão Jüngen Habermas, em visita ao Rio de Janeiro, olhou para aquele mundo de favelas sobre os morros, repletas de excluídos do asfalto, dominadas por traficantes e carentes de quaisquer atuações do Estado e murmurou para o cicerone ao lado: - “A minha teoria da ação comunicativa, que se baseia na igualdade dos sujeitos do discurso racional, teria sido outra se eu tivesse vindo aqui antes.” A tradução corrente para este diálogo é que é impossível falar em racionalidade, direitos e igualdades frente a desigualdades tão profundas. Há quem conte que o francês Michel Miaille, perdido nas bordas de uma grande cidade do Brasil, e diante da miséria clarividente perguntou a um aluno: - “O que vocês vão fazer quando todas estas pessoas da periferia resolverem invadir os vossos quintais?” Não há como saber se tais diálogos existiram, mas ‘se non é vero, é bene trovato’, e ambas as falas servem como alegorias, sem muito rigor, para a análise que pretendo fazer dos acontecimentos na ilha de São Luís. O passado cobrou seu preço! O presente tem a responsabilidade do futuro! Somos uma sociedade ilhéu minoritariamente de classe media baixa, comprimida entre bairros bem próximos uns dos outros e cercados pela mesma massa de excluídos citada pelo alemão. E a conta – a invasão das praias e dos quintais – a que aludia o francês, virou primeira página do nosso jornal do dia. O Maranhão é o Estado mais pobre da Federação. Tem o pior IDH do país. Em nenhum outro lugar morrem tantas crianças na primeira infância. Não há onde exista tanto analfabetismo, desemprego, desamparo e miséria em solo brasileiro. Vejamos os dados do Pisa - Programme for International Student Assessment - e descubramos que a Atenas brasileira virou apenas brasileira. O Brasil está no terceiro mundo. Estamos no terceiro mundo do Brasil. O Brasil tem padrões sul-americanos de educação, saúde e emprego – todos muito ruins - e nós temos padrões africanos – todos deploráveis. Estamos qualitativamente mais próximos da Tanzânia e de Uganda do que do Chile ou da Argentina. E isto é estatístico e está disponível para quem desejar ver. São dados técnicos, e não mera figura de retórica. Na penitenciária de Pedrinhas, esta massa de excluídos, condenados e miseráveis, chega desde este universo em que o Estado lhe nega tudo, e onde é impossível viver sem violência. Ali, ela mergulha num processo maior ainda de desumanização, que reduz o homem a uma sobra do que é ser humano. A família do preso é obrigada a trabalhar para os chefes do crime, sob pena de morte; os detentos são obrigados a permitirem que suas esposas mantenham relações sexuais com outros – numa espécie de estupro consentido – em troca de sobrevivência. E o que dizer destas mulheres que para não morrerem, têm de suportar tamanha barbárie? É fácil traficar armas, drogas, celulares e o que mais de necessário for, vez que a administração penitenciária ou é refém da criminalidade ou conivente com ela. Olhar nos olhos de alguém pode significar decapitação; querer alguma humanidade pode significar a morte. Neste estado d’arte, de completa ausência de humanidade, de falência do Estado, de descontrole da administração do espaço, o que nos assegura que nossos quintais não sejam invadidos e as espoletas estourem os nossos miolos, na primeira oportunidade? O que têm a perder os excluídos da cidade - reduzidos à essência animal - que os fazem não invadir todos os quintais do mundo? E que defesa é acessível aos inocentes pobres do asfalto que não possuem hipótese alguma de resistência? Que morrem carbonizados nos ônibus numa cidade onde não há sequer unidade médica para queimados? Há quem defenda para Pedrinhas a Solução Final. Propositadamente eu uso o mesmo termo do nazismo alemão para demonstrar o tamanho da absurdez e da desumanização que isto também representa. Cercados de tanta miséria e violência muitos de nós pensam violentamente. Ao considerarmos fazer com a penitenciária o mesmo que foi feito no Carandiru, estamos nos igualando aos mesmos sub-homens que ordenam decapitações, que queimam crianças nos ônibus, e que se responsabilizam por 65 assassinatos em um ano, bem ao nosso lado. Este dado, por si só, já representa metade de um Carandiru de Homicídios. O complexo de Pedrinhas não é mais uma penitenciária. É uma trincheira do crime. É uma escola de delinquência que somente existe por que criamos uma fábrica de exclusão social, fabricamos uma usina de miséria, nos afogamos num mar de corrupção, envoltos numa ausência também criminosa. Vamos eternamente nos prender ao círculo vicioso de prender, desumanizar e matar? Vamos criminalizar a exclusão, punir a miséria, mergulhar num genocídio dos miseráveis e criminosos – embora degradantes e degradados – e manter intacta a máquina que constrói esses perfis? Recebemos a conta! Estupefatos como se não fosse crível que a lama que rodeia a ilha pudesse em fim invadir as areias das praias, a Jerônimo de Albuquerque, a Colares Moreira e a Holandeses. Atônitos, perguntamos nas esquinas o que deve ser feito. Por incompetência e egocentrismos seus e meus não percebemos através dos anos o que se passava a nossa volta. Você que me lê e eu que escrevo somos a minoria na nossa terra pelo simples fato de sermos alfabetizados para além de sabermos desenhar o nome; e somos mais minoria ainda por que podemos escrever em um computador e comprar um jornal para ler. Quem são os culpados e o que podemos fazer? Nossa origem portuguesa e cristã europeia sente necessidade de procurar culpados. Ouso dizer que culpados somos todos nós. Por omissão ou por ação, permitimos que tudo chegasse aonde chegou. Uns de nós bem mais - outros um tanto menos - fechamos os olhos para a violência e a degradação que invadiu os quintais do nosso mundo. Precisamos urgentemente de menos dinheiro gasto em campanhas eleitorais; menos corrupção; mais investimentos em saúde, educação, mobilidade urbana, moradia e tudo o mais que pode fazer do bicho que existe dentro de cada ser, um verdadeiro homem. Menos egocentrismo elitista e mais humanismo, talvez ajudassem. É certo que mais policiamento, mais segurança, mais presídios e uma urgente desconstrução da Trincheira Criminal de Pedrinhas são metas prementes, porém incapazes de resolver o problema que se instaurou. Sobre o que me propus a dizer neste artigo, lembro-me de um adesivo colado nos carros de Buenos Aires, pela junta militar, acusada internacionalmente de matar diversos dissidentes e ofender aos direitos humanos do povo argentino: Os argentinos são direitos e humanos! O discurso do poder era transformar a observação dos erros em meras ofensas externas, ditas por quem não amava a própria pátria. Vamos nos lembrar que deixar de reconhecer os problemas de quem se ama é o primeiro passo para perder o objeto amado. Como dirá outra vez o eterno José Chagas, e dele lembro pensando na minha São Luís, no meu lugar… "Palavra quando acesa não queima em vão, deixa uma beleza posta em seu carvão. E se não lhe atinge como uma espada. Peço não me condene oh minha amada. Pois as palavras foram pra ti amada.”