quinta-feira, 28 de agosto de 2014


Acredito que tudo em nossa vida é um aprendizado e não importa o tempo e nem a idade, mas o que importa é continuar e ir passo a passo conquistando nossos sonhos, realizando nossos projetos, enriquecendo nosso conhecimento. Enfrento sempre os obstáculos com obstinação e coragem e é a força de vontade que te faz levantar e seguir em frente...aprendí...se cair, levanta; se chorar, sorria; se perder, ganhe novamente, mas nunca desista sem antes tentar, sem antes reagir e recomeçar...
Aprendemos a andar, caindo... era um levanta e cai, segurava em tudo, e por fim veio o primeiro, o segundo passo e ninguém mais o segurava...não foi assim? E ...
É, assim é a vida, um dia após o outro. Aprendemos a viver com as alegrias e tristezas, com as vitórias e derrotas, com nossos acertos e erros, com as realizações e decepções e vamos !!!
aprendamos a levantar e andar novamente...
POEMA DO MENINO JESUS-
Fernando Pessoa /Alberto Caieiro.
Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.

Depois fugiu para o Sol
E desceu pelo primeiro raio que apanhou.

Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Que levam as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as cores que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos os dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos às cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um perigo muito grande
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios

Depois ele adormece e eu
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o na minha cama,
despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sonho.

Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
E deita-me na tua cama.
Despe o meu ser cansado e humano
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar...


Enviada do meu iPad
Eu os amei...assim...amor lunar...
Vânia Vieira ,
(o amor tem tempo indeterminado...)
E u amei cada barriga,
dos bebês redondos,
com cheiro bom,
de lavanda
feita por mim mesma.
E guardei essas meninas,
no meio dos meus seios.
como quem esconde tesouros...
Rindo, cantei
cantigas de amar...
de entoar...
cantigas de ninar..
cantigas de relembrar...

No calmo aconchego de tardes chuvosas,
estava lá...
ciosa do meu lar,
contente de ficar, ostra, uterina,
no enrodilhado dos dias banais...
Eu não amava a rotina,
mas estava lá...
pretenciosa no meu calar,
estava lá...
ouvindo muito,
dias passando...a esperar...
Eu, alma judia, canceriana, mulher lunar!!!
Num enroladinho de linho e seda me trouxeram as meninas. Cada uma delas apresentada num embrulho que eu caprichei: eram mantas macias, com cheiro bom, do perfume de lavanda feita por mim mesma para cada uma ...Enrolei-as em mim, depois de cada parto, no quente dos meus seios, na minha carne agora descansada.
Veio a primeira, olhos negros atentos, fitos em mim, o choro estancado apenas por me ver. Aninhei-a em meus braços. Veio a segunda, chorinho manso, clarinha, serena, aninhou-se. Veio a terceira, rosa branca, pele aveludada, na manta branca, uma princesa...mais uma princesa!!!
Eu me contentava em alimentar cada uma delas, cantarolar canções inaudíveis, apenas murmuradas; para cada qual um som, uma poesia diferente...
Minhas meninas se fizeram mulheres e já não posso prendê-las aos meus seios, tampouco calar-lhes as mágoas com cantigas de ninar. Cada uma traz a dor indizível, de menina, de mulher, porque todas as mulheres foram feitas para suportar as dores do mundo e sofrem de alguma maneira. Um mar se derrama por elas, ao menor descuido.
E eu, me surpreendo estupefata, as palavras fogem, e silêncio profundo se interpõe entre os nós, de nós quatro. Quatro mulheres que se amam e se buscam no barulho da casa, onde também vive uma coruja. Quatro mulheres mais uma: uma coruja , de uma rua cheia delas nos acompanha, essa que eu descubro ser a mais frágil, simbolizada pela criança que há em mim e que precisa se sentir forte para cuidar das outras três. Vou descobrindo entre um susto e outro, entre uma alegria e uma dor, o quanto amo cada uma delas, essas lindas meninas que parecem muitas vezes ter chegado de uma vez só. Um amor que às vezes se expressa em horas eternas, quando ficamos juntas, na concha-casa, sem querer arredar o pé porta afora. Eu sinto que preciso protegê-las...Ficamos horas enroladas em nossos mistérios íntimos, pairamos imunes aos aplausos ou críticas, no entreato de cada manhã e cada anoitecer, intercalando-se...
Padeço de ser mulher, padeço de ser mãe, padeço de uma alegria doída e mágica por cada uma das minhas filhas, geradas, amadas, retidas no meu coração.
Padeço de ser filha (e neta) de grandes mulheres, guerreiras como eu, mas também felinas da floresta, aguerridas lutadoras, feras da tragédia cotidiana, dum palco sem plateia, no anonimato dos dias, costurados com retalhos dos sonhos que permanecem. Padeço de ser avó...
Rendo-me ao zelo permanente, e curvo-me à rotina da caverna: este é meu rito e minha iniciação.
Vânia Vieira- dezembro de 1977.
Enviada do meu iPad
A SEMENTE E A LUZ
Quando vamos plantar algo no campo, temos que retirar as ervas daninhas que competem com a semente em seu crescimento. E também, por acréscimo, fertilizamos a terra para que a semente cresça com mais força. Temos que fazer estas coisas: Retirar o que não serve... e colocar o que é preciso para fortalecer a semente.
Assim também é nossa vida no dia a dia. Nós somos como sementes que estamos crescendo em consciência espiritual no solo desse planeta. De modo que muitas coisas, que são negativas na nossa vida... que são como ervas daninhas... devem ser arrancadas... sem medo... sem apegos.. sem consideração emocional. Porque... aqui estamos falando do crescimento da semente... da evolução das coisas em nós que são as mais importantes da nossa existência. Isto não significa rejeitar as coisas... mas arrancá-las mesmo.. quando não nos servem ao propósito superior da nossa vida.
Você não pode concordar com nada neste mundo que atrase o seu propósito evolucionário... porque é exatamente por isso que você está aqui neste planeta, neste Universo... neste exato momento. Sua vida só tem significado verdadeiro no caminho interno da evolução. Mas por apego e por sentimentos fracos... nós continuamos aceitando certas situações que não são concernentes ao nosso avanço de consciência... e assim continuamos como sementes sem crescimento... debaixo da terra escura... sufocadas... agoniadas... e todo o alimento da terra passa a ir para as ervas daninhas... que... com o nosso coração ignorante e penalizado por tudo que nos rodeia... acabam roubando toda a energia que o Universo nos destinou para avançarmos... ou progredirmos neste mundo enquanto almas a despertar em experiências neste planeta.
Olha! Sempre que você começa a querer se desenvolver consciencialmente neste mundo... sempre quando a semente começa a querer desabrochar... para se tornar uma grande e linda árvore... vão vir condições sinistras que vão tentar atrapalhar seu crescimento.... ou competir energeticamente com a sua semente. Elas, estas condições competitivas, sempre virão... e muitos, muitos, acabam desistindo do caminho. E é isto que se chama "as tentações". Por isso devemos ser determinados, no dia a dia.... a não nos associarmos com as ervas daninhas... e arrancá-las do nosso desenvolvimento a todo custo. Não se penalize nesta situação. A maioria das pessoas não está nem um pouco interessada em evoluir neste planeta.... Apenas brincam com a espiritualidade... assumindo alguma religião ou não religião para dar uma satisfação à sociedade. E por fim... te atrapalham a evoluir também... com suas opiniões e conselhos insensatos.
Além disso... devemos adubar a nossa terra interna com o estudo, com a meditação, com a oração, com a busca sincera e focada, com a centralização em nosso ser, com o sangue da nossa alma... para descobrir esta Realidade que está por trás de tudo... e que Se manifesta em nosso coração como Algo Supremo... e que é mais simples do que imaginamos. É desta forma, resolutos em nosso propósito interno... que nossa semente vai começar a virar um broto... e depois lançar folhas para absorver os maravilhosos raios do Sol... que representa a Vida, a Vitalidade Suprema. Neste momento... quando a nossa planta estiver mais desenvolvida... poderemos conviver com algumas ervas daninhas... porque estaremos fortes para não ser sucumbidos por sua influência energética... e também por sua negatividade evolutiva. Porém, isto é só depois de um tempo... quando você realmente está exposto diretamente aos raios do Sol... mas também numa quantidade moderada e saudável... de acordo com o quanto você pode se expor... em seu amor e receptividade de realização.
Assim, os tempos são curtos... e a vida é breve. Você é sempre uma semente eterna... mas tem que se plantar no solo do seu interno o quanto antes nesta vida material em que está atualmente. Você tem que se perguntar sempre: Porque estou aqui? Não deixe para depois. O solo desta forma humana é muito rico... e não devemos perder esta excelente oportunidade de realizar o mistério da existência... a conexão com o Supremo.. a felicidade em nosso coração... o êxtase de entender o que é esta Vida e a razão de tudo o que nos cerca. Você pode entender isto com profundidade, a real importância do tempo que você ainda tem por aqui?
Não vamos morrer, ou abandonar nosso corpo material, como sementes tristes e presas à terra do nosso corpo físico e mental... cheio de medos e lamentações. Levante-se agora mesmo... não importa a condição em que você esteja... e comece a adubar diariamente o solo do seu coração com sabedoria, devoção, entendimento, e amor! Comece hoje... da forma que você puder! O solo da existência, em todos os sentidos, vai fornecer tudo o que você precisa para sua semente crescer. E no fim você se tornará uma árvore de luz... assim como são os grandes mestres... árvores prontas tentando levar sua própria luz às sementes que estão dormindo em seus corações inférteis...no profundo da ignorância.... da escuridão.
E essa luz... a luz que você tem e realizou... será a própria Luz do Sol... que dá vida e consciência a todas as coisas dentro deste Universo. E nesta luz consciente... você um dia irá voltar feliz para o Reino do Supremo... muito além desta pequenina Terra. Ou poderá escolher ficar por aqui... por mais um tempo... a serviço superior... dando a sua luz para algumas sementes enquanto estão embaixo da terra... até que elas cresçam... e possam receber diretamente a Luz do próprio Sol em seus corações.

Todos os dias eu me sento aqui num pequeno canto de mim mesmo e me conecto com a dimensão interna. É ali que está o famoso "Reino de Deus". Entendam.. que esse Reino é uma manifestação luminosa da sua consciência, uma condição consciencial. Ela sempre esteve em nós... aqui e agora... além do tempo e do espaço. Se você não acessá-la diariamente e não puder mantê-la o máximo possível em seu coração... pode ter certeza que sua continuidade será no Vale de Lágrimas, no Reino da Ilusão, da lamentação, na insegurança.... no acúmulo constante de mais e mais ansiedades. É difícil eu sei...ás vezes pensamos ter atingido isso, outras mergulhamos em noites negras... Porém, quando mergulhamos diariamente em nós e conseguimos manter esta consciência... vamos além das dualidades deste mundo de matéria temporária.Confio!