sábado, 7 de março de 2009

Viajantes do tempo-Vania Vieira

Somos todos viajantes do tempo. Enquanto estamos na frente do computador, dando cliques no mouse, o tempo está passando. O futuro está sendo constantemente transformado em passado, com o presente durando apenas um instante fugaz. Tudo o que está sendo feito agora rapidamente vai para o passado, o que significa que continuamos a nos deslocar no tempo. As idéias sobre viagens no tempo existem há séculos, mas quando Albert Einstein lançou a sua teoria da relatividade especial, ele estabeleceu os fundamentos da possibilidade teórica de viajar no tempo. Como todos nós sabemos, ninguém conseguiu provar uma viagem no tempo, mas ninguém conseguiu excluir sua possibilidade, também. Entendendo o tempo: O astrônomo Carl Sagan estava certo quando dizia que o tempo é "resistente a uma definição simples". Muitos de nós pensamos que sabemos o que é o tempo, mas é difícil definí-lo. Literalmente, você não pode ver ou tocar o tempo, mas pode ver seus efeitos. A prova de que estamos nos deslocando no tempo está em toda parte: nossos corpos envelhecem, os prédios ficam expostos às intempéries e ruem, as árvores crescem. A maioria de nós sente a pressão do tempo como se fôssemos compelidos a cumprir prazos e agendar compromissos. Geralmente, nossas vidas são ditadas pela hora em que precisamos estar em algum lugar. Peça a qualquer um para definir o tempo e, provavelmente, a maioria vai olhar para seu relógio de pulso ou para um outro relógio. Vemos o tempo como o tique-taque dos ponteiros destes aparelhos. Sabemos que há 60 segundos num minuto, 60 minutos em uma hora, 24 horas em um dia e 365 dias no ano. São estes os números básicos do tempo que todos nós aprendemos. O tempo também é definido como a quarta dimensão do nosso universo. As outras três dimensões são espaciais: direita-esquerda, para frente-para traz e acima-abaixo. O tempo não pode existir sem o espaço e, da mesma forma, o espaço não pode existir sem o tempo. Esta relação íntima entre o tempo e o espaço é chamada de contínuo espaço-tempo, que significa que todo evento que acontece no universo envolve tanto o espaço como o tempo. De acordo com a teoria da relatividade especial de Einstein, o tempo passará mais lentamente à medida que um objeto se aproxima da velocidade da luz. Isto leva muitos cientistas a acreditar que viajar mais rápido do que a velocidade da luz poderia abrir a possibilidade de viajar no tempo, tanto para o passado quanto para o futuro. O problema é que se acredita que a velocidade da luz seja a velocidade mais alta em que algo pode viajar, então é improvável que consigamos viajar ao passado. À medida que um objeto se aproxima da velocidade da luz, sua massa relativística (site em inglês) aumenta e se torna infinita ao atingir aquela velocidade. Acelerar uma massa infinita mais rápido do que isto é impossível, pelo menos até agora. Mas viajar no tempo na outra direção não parece tão difícil e, um dia, o futuro pode ser um destino possível. Problemas com a viagem no tempoSe algum dia pudermos desenvolver uma teoria realizável para viajar no tempo, abriríamos uma caixa de Pandora de problemas muito complicados chamados de paradoxos. Um paradoxo é definido como algo que se contradiz. Aqui estão dois exemplos comuns: Digamos que você pudesse voltar a um tempo anterior ao seu nascimento. O simples fato de você poder existir num tempo antes de você ter nascido cria um paradoxo. Se você nasceu em 1960, como poderia existir em 1955? Talvez o paradoxo mais famoso seja o paradoxo do avô. O que aconteceria se um viajante do tempo voltasse e matasse um de seus ancestrais antes de seu próprio nascimento? Se a pessoa matou seu avô, como ela poderia estar viva para voltar e matá-lo? Se pudéssemos mudar o passado, isto criaria um número infinito de paradoxos. Outra teoria a respeito da viagem no tempo traz a idéia de universos paralelos, ou histórias alternativas. Digamos que você de fato volte para encontrar seu avô quando ele era criança. Na teoria dos universos paralelos, você pode ter viajado para outro universo, um semelhante ao nosso, mas que tem uma sucessão de eventos diferentes. Por exemplo, se você voltasse no tempo e matasse um de seus ancestrais, teria matado aquela pessoa num universo que não é mais o universo em que você existe. E se então você tentar voltar para o seu próprio tempo, pode acabar em outro universo paralelo e nunca conseguir voltar para o universo em que começou. A idéia aqui é que toda ação causa a criação de um novo universo e que existe um número infinito de universos. Ao matar o seu ancestral, você criou um novo universo, um universo idêntico ao seu até o tempo em que você alterou a sucessão original de eventos. Ainda confuso?

Bem-vindo ao mundo da viagem no tempo. Só imagine como serão complicados os preços das passagens.

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