sábado, 24 de maio de 2008

Grisalhos com muito charme-Anne Kreamer

Anne Kreamer tingia os cabelos fazia tanto tempo que, diz, já nem sabia qual era a cor original. Aos 24 anos, começou com um alaranjado luminoso que destoava propositadamente do tom sóbrio usado pelas colegas de banco. Aos 40, adotou um preto-azulado que lhe dava um ar de roqueira e afastava o complexo de mãe envelhecendo. Foi só beirando os 50, quando olhou para uma fotografia sua ao lado da filha adolescente, que Anne entrou em crise. Viu na foto uma mulher de 49 anos que tentava aparentar 34. Achou que era hora de saber o que havia por baixo da coloração. Descobriu não apenas o cinza e o branco que esperava, mas um aspecto de sua personalidade que queria encobrir com a tintura. A experiência pode parecer fútil, mas rendeu um livro de sucesso nos Estados Unidos, Going Gray, que será lançado neste mês pela Editora Globo com o título Meus Cabelos Estão Ficando Brancos.
No livro, Anne relata como se sentiu ao longo dos 18 meses em que viu seus grisalhos aparecendo. O período de transição foi desconfortável, segundo ela, por causa da aparência desleixada do cabelo com as raízes descoloridas. A compensação foi descobrir, ao final da transformação, cabelos brilhantes e sedosos, merecedores de mais elogios que qualquer tom artificial. “Eu usava a coloração como uma muleta”, diz a autora. “Pensava que, se estivesse com o cabelo bem-feito, ninguém notaria se eu ganhasse 7 quilos ou vestisse um jeans velho. Quando deixei meu cabelo crescer grisalho, me dei conta de que precisava prestar mais atenção ao conjunto de minha aparência, o que eu não fazia havia muito tempo.” As reações das amigas – a maioria de cabelos tingidos – foram variadas. Umas aplaudiram sua coragem, outras reafirmaram a intenção de tingir até a morte. Anne fez uma experiência para testar a relação entre cor do cabelo e idade aparente. Pondo lado a lado fotos de mulheres com os cabelos tingidos e uma versão grisalha delas montada em computador, ela concluiu que a tintura nem sempre rejuvenesce. Às vezes, faz a mulher parecer mais velha. Em um site de relacionamento, Anne fez outra experiência: postou duas fotos suas, uma com os cabelos tingidos e outra com os fios grisalhos. Houve mais homens interessados na segunda.
“Todas as minhas conversas durante o processo de ficar grisalha me convenceram de que essa questão aparentemente tão trivial era, de fato, nada trivial às psiques, identidades e vida das mulheres”, diz Anne no livro. Uma de suas interlocutoras foi a amiga e também escritora Nora Ephron, autora de Meu Pescoço É um Horror (editora Rocco). Nora, aos 66 anos, tem cabelos castanhos. As duas foram jovens na época do movimento hippie e vêem mulheres de sua idade sentir-se culpadas por aderir a escolhas tão frívolas quanto tingir os cabelos. É como se disfarçar a idade fosse aceitar o establishment e abandonar os ideais da juventude.
Tingir os cabelos exige o esforço de retocar as raízes duas vezes por mês. Mesmo assim, nos Estados Unidos como no Brasil, são raras as mulheres que deixam os fios brancos crescer livres. A maioria o faz para manter a aparência. Uma pesquisa da empresa de cosméticos L’Oréal, realizada no ano passado, mostrou que mais da metade das mulheres brasileiras que colorem os fios brancos escolhe um tom próximo à cor original.
ASSUMIDA-A paulista Maru Girardi diz que nunca se incomodou com os fios brancos. “A mulher que quer parecer mais nova usa aquele tom loiro-menopausa”, diz
Deixar os fios brancos à mostra nem sempre funciona. A consultora de moda Regina Martelli tem uma opinião clara. “Só funciona se for muito chique e bem tratado. Senão fica parecendo uma personagem fantasiada”, diz. Aquelas que optaram pelos tons cinza e branco não concordam. (A polêmica continua no artigo ao lado.) A comerciante paulista e grisalha assumida Maru Girardi sabia que na família os cabelos dos mais velhos adquiriam um belo tom prateado. Bastou esperar os anos passarem e escolher um corte que combinasse com seu rosto. “O cabelo pintado entra em conflito com uma cara envelhecida. É a mulher querendo parecer mais nova, aquele tom que eu chamo de loiro-menopausa”, diz Maru. Assim como Anne Kreamer conta em seu livro, Maru observa que os homens são atraídos pelas grisalhas por ver nelas mulheres que não têm medo de mostrar quem realmente são.
Nem sempre o cabelo branco vem com a idade. No caso da carioca Ana Castello Branco, o primeiro fio branco apareceu aos 4 anos. Ela passou a adolescência e toda a juventude já com muitos cabelos grisalhos, em tons entre o branco e o preto. Hoje, aos 49, orgulha-se de uma cabeleira longa e alvíssima, tratada com xampus comprados fora do Brasil, e que nunca ousou tingir. A brancura de seu cabelo sempre foi polêmica. Os comentários e interrogatórios de amigos e desconhecidos são inevitáveis, e os elogios acabam, segundo ela, predominando. “Eu encaro o meu branco como uma cor, porque sempre foi assim. Embora já tenha influenciado outras mulheres, sei que algumas não devem deixar os brancos aparecer, porque pareceriam envelhecer rapidamente.”


Respeitem meus cabelos tingidos!As mulheres se tornaram donas de suas contas bancárias e de suas raízes capilares. Abrir mão disso seria um contra-senso
Em seu mais recente livro, Meu Pescoço É um Horror, Nora Ephron declarou que o que revolucionou a vida da mulher contemporânea não foi o feminismo nem a aeróbica, mas a tinta de cabelo. Sob pena de decepcionar as mulheres (poucas) que resolveram levantar a bandeira da “autenticidade” para defender um movimento pró-cabeças grisalhas, concordo totalmente com Ephron. Outra escritora antenada, Anne Kreamer, tomou corajosamente a decisão de limar a tintura de sua vida e contou sua experiência em um livro. Com todo o respeito pela autora e até gostando de seu novo white look (em corte caprichadíssimo, ressalte-se) e de seu livro (bem interessante, admita-se), acho que a polêmica já apelidada de Gray War não deve preocupar o mais poderoso segmento da indústria cosmética mundial.
É uma falsa questão. E está muito mais ligada à estética do que à ética feminina. Cabelos brancos envelhecem a fisionomia e, adivinha só, ninguém quer parecer mais velho do que é. Não só as mulheres, como homens, que não pintam os cabelos porque fica mesmo ridículo ou porque acreditam sinceramente que ficam parecidos com o George Clooney. Abrir mão de qualquer artifício que a ciência tenha disponibilizado a nosso favor é, no mínimo, um contra-senso.
Na aparência e no comportamento, todas nós rejuvenescemos vertiginosamente nas últimas décadas. Mulheres de 40 anos eram velhuscas, aos 50 quase anciãs, e daí por diante macróbias. Fizemos um tremendo esforço para escapar desse triste desfecho precoce. Estudamos, trabalhamos, fizemos dietas, malhamos e... pintamos os cabelos. Ficamos loiras, castanhas, ruivas, (quase) magras e donas de nossas contas bancárias e nossas raízes capilares. Aos 50, damos risinhos maldosos quando encontramos nossos ex-colegas de faculdade que agora se parecem nossos pais. Não precisamos mentir a idade porque, de fato, ao parecermos mais novas, passamos a ser encaradas como tal, cheias de energia física e mental. Os cabelos pintados avalizam nossa cronologia interna, não o contrário.
Há mulheres belíssimas com cabelos acinzentados. São todas modelos suecas e escritoras francesas
Conheço mulheres (poucas) que ficam belíssimas com cabelos acinzentados. São todas modelos suecas, escritoras francesas ou a Meryl Streep (só em O Diabo Veste Prada) e a Helen Mirren. E elas têm muuuuuito trabalho. Gastam mais tempo e dinheiro no salão do que com uma cabeleira tingida comum. Ou adotam os cabelos muito curtos, o que, sinceramente, não ajuda ninguém depois dos 40.
Anne Kreamer destaca como surpreendente que os homens não estão nem aí para o branco de nossos cabelos. É natural que os homens, depois de uma certa idade, se sintam atraídos pelo charme elegante de uma cabeleira cinza. O problema é que não são os homens, mas as mulheres, as implacáveis juízas da nossa imagem. Mais precisamente, somos nós mesmas diante do espelho. É a partir da satisfação ou não com o que vemos refletido que nos tornamos belas e poderosas. Ou destruídas para a vida, o amor ou o trabalho. Olhar no espelho e enxergar a nossa avó é como ter um bad-hair day que durasse a eternidade. E a maior prova de que a “Guerra Cinza” é mais frívola do que parece foi o resultado de uma enquete entre as mais convictas usuárias de tintura nos cabelos. Quando perguntadas se preferiam ser tingidas e gordas ou grisalhas e magras cravaram sem pestanejar: grisalhas e magras. Claro.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

A tatuagem da meia idade-Denise Brito

A tatuagem da meia-idade
Contra a obrigatoriedade de parecerem mais jovens, mulheres enfrentam preconceitos, principalmente de outras mulheres, ao assumir os cabelos brancos

DENISE BRITO
COLABORAÇÃO PARA FOLHA
Em uma época repleta de recursos sofisticados para tornar as mulheres mais atraentes e joviais, disfarçar os cabelos brancos, de tão básico, virou quase uma obrigação. Essa é a percepção de algumas mulheres que se aventuraram pelo caminho inverso ao da maioria e ousaram assumir um visual grisalho em plena meia-idade.
A atriz Cássia Kiss, 50, que, entre uma novela e outra, corta os cabelos e os deixa na cor natural, afirma ser duro resistir à pressão, muito forte principalmente por parte das mulheres de sua faixa etária. "Há as que gostam, e gostam mesmo, mas há as que cobram e dizem: 'Logo você, uma atriz!'", relata. "A ditadura da aparência jovem é um fato, e todo mundo quer se salvar. Mas eu gosto de contar minha idade. Sou dona de mim, sei do que gosto, e minha fé em mim é muito forte."
A reação aos cabelos assumidamente brancos leva mulheres a concluir que, socialmente, a renúncia às tintas está vinculada à decrepitude e ao abandono de si próprias. "Algumas pessoas acham que você está desencantada com a vida, que se largou ou que está pirando", conta Mila Rey, 53, professora de inglês. "Eu usava hena desde os 33 anos para cobrir os fios brancos até que, aos 43, veio uma vontade de ver como era a verdadeira Mila. Deixei crescer a raiz e fiz um corte radical, bem moderno. Quando me olhei, achei o máximo! Senti-me livre, poderosa. Fui direto para um vernissage, e todo mundo gostou. Um tempo depois, começaram os comentários: 'Está bonito, mas ficaria mais se você pintasse'." Mila e suas colegas de experiência contam que abdicar de uma aparência que se convencionou ser rejuvenescedora pode ser considerado até agressivo aos olhos de quem acha difícil lidar com os sinais do próprio envelhecimento. "Uma amiga de ginásio não pode me ver que começa a falar: 'Sai de perto de mim que eu não quero ver isso!'", diz.
"'O quê?', gritou minha vizinha 'loura' de 50 e alguns anos quando mencionei minha decisão. 'Por que cargas d'água você quer parecer mais velha?'", relata a norte-americana Anne Kreamer, 52, em seu recém-lançado livro "Meus Cabelos Estão Ficando Brancos" (Ed. Globo). "Eu não tinha idéia de onde estava me metendo."
Ato de rebeldia
Tamanha é a convicção de que cabelo grisalho é para ser omitido que ostentar os fios brancos pode ser encarado hoje como um verdadeiro ato de rebeldia, uma espécie de tatuagem ostensiva das mulheres maduras.
Segundo a psicóloga professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Mônica Gianfaldoni, falta tolerância com o que é diferente. Ela diz não considerar alienadas as mulheres que pintam os cabelos, mas que, em um mundo globalizado, há um excesso de rigidez no padrão estético voltado para o vigor da juventude. "Será que, para ser feliz, a pessoa tem que parecer igual a todo mundo?", questiona. "Quebrar padrões e sair do script estão ligados a pensar mais, analisar critérios, olhar para dentro de si e decidir onde se quer investir, dar-se o direito de dispor do próprio corpo."
A terapeuta observa que a cobrança social não apenas de ser jovem, mas também de aparentar jovialidade, exerce maior pressão sobre as mulheres. Pesquisa recente com universitárias realizada na faculdade em que leciona, sobre critérios de escolha de parceiros, mostrou que o nível de exigência com a aparência é muito maior com elas próprias. "Beleza é uma questão sexista. A mulher se cobra muito mais por sua própria aparência do que pela de um parceiro em potencial."
Para a atriz Glória Menezes, 73, o período em que deixou os cabelos naturalmente brancos foi positivo. "As pessoas adoraram, acharam fashion daquele jeito bem curtinho. Queriam que eu continuasse, mas não posso, tenho de mudar conforme os personagens que faço", diz. Ela afirma considerar que a aceitação externa reflete o interior da pessoa. "O importante é se sentir bem, seja com o cabelo branco, vermelho, azul."
Com o público masculino, a professora Mila passou a fazer até mais sucesso com o cabelo novo, ao contrário do que previram as amigas. "Uma vez praticamente fui agarrada por um garoto de 26 anos quando saí para dançar com amigos. Ele não queria nem saber da diferença de idade", conta. "Acho que quem pensa que cabelo grisalho é coisa de velha talvez não saiba como é na Europa, nos Estados Unidos. Acho que ter esse preconceito, sim, é que é coisa de velha."

segunda-feira, 19 de maio de 2008

...de novo, Martha Medeiros... que escreve coisas que queremos dizer...e as vzs não sabemos como...

Texto de Martha Medeiros:
'Mês passado participei de um evento sobre o Dia da Mulher. Era um bate-papo com uma platéia composta de umas
250 mulheres de todas as raças, credos e idades. E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha
e, como não me envergonho dela, respondi. Foi um momento inesquecível... A platéia inteira fez um 'oooohh' de descrédito. Aí fiquei pensando: 'pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?'
Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'. Estão todos em busca da reversão do tempo. Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas. Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada. A fonte da juventude chama-se mudança.
De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora. A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas. Mudança, o que vem a ser tal coisa?
Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho.Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu. Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos. Rejuvenesceu. Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol. Rejuvenesceu.
Toda mudança cobra um alto preço emocional. Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza. Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.
Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna. Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho. Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.
Olhe-se no espelho...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Divago...sim...de vez em quando...Vania Vieira

Escrevo por que acho muito fácil transpôr em letras o que passa na mente e na alma...Sempre foi assim...aos 7 anos, já o fazia...hoje continuo, insisto...
Escrever me faz bem, sendo no meio de alegrias ou te tempestades...de ventos ou dias secos, me faz bem, e pronto! Se desagrado assim, desculpem....
Posso escrever sobre qualquer coisa que por mais estranha que resulte aos olhos, não estranho...as palavras brotam em mim...Sinto-me como uma flor que se entreabre...nem estranha...por tudo ter saido de dentro mim.
Mesmo que sejam frases soltas, textos árduos, leituras complicadas ou vírgulas infinitas que entre si, encerram o tudo que às vezes teima em não sair e fica somente entre pontuações.
Hoje estou particularmente zen...mais zen...em dias assim saltam as palavras dos meus dedos. Parece que toquei o Infinito e coloquei os pés nas distantes galáxias...
O vazio interno, outrora silenciado, pela incapacidade de ser 'frágil', hoje se permeia de signos, significados e imagens...
Li mais cedo: você têm sede do quê? tenho tanta sede, de coisas às quais não consigo dar-lhes nome, de tantas e múltiplas...tenho sede de liberdade, quem disse que mesmo sem amarras estamos livres? Sede de coisas que não possuem forma, mas causam tanta dor, ao não existirem...Sede de mim mesma, dos atos que ficaram pela metade, das relações que nunca foram pontuadas, sede de mim, em dias tristes, de mim: a outra que vê sóis quando eles não existem, que vê a possibilidade quando nem sequer foi criada...
Hoje estou assim...engraçado ficar assim, quando de concreto, hoje, hoje, nada ocorreu...Mas os ontens de tantos dias seguidos um ao outro, somados, me deixaram, tão etérea assim, hoje...

O grande e misterioso Fernando Pessoa!!!

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia e, se não ousamos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos".

(Fernando Pessoa)

ACEITAÇÃO-Vania Vieira

Palavra que se distende perante ti
Com dobras, pregas escondidas
Para serem percorridas ...
Que se oferece como mapa
Para que a tornes tua...
Que a aceitação não seja mero léxico
Que aceites os limites mas sem resignação
vendo-os como metas a serem ultrapassadas
ou verdades bem recebidas...
Que teu semblante seja reflexo da acolhida
Para contigo e para com os outros.
Que tua palavra e lema, sejam de aceitação
antes de dizer não ou não quero;
Que teu coração te aceite plenamente
Como eu te aceito
Com olhos de amor, com amor.
Que a aceitação seja exercicio diário
de abertura para tua essência,
Que teus olhos aceitem a imagem suave
que se reflete em teu espelho da alma
Que tua mente aceite um novo pensar
Com leveza e braços abertos.
Teus pés, aceitem os novos rumos
E te levem tão longe como queira teu espírito...
Que a aceitação não seja designio
Mas uma amostra da capacidade de escolha que possuis!!!
Que aceites um novo eu,
Aquele que eu vejo
desde quando nos fitamos...
Sim...Aquele que sempre existiu.

Princípio do Vácuo-Vania Vieira

PRINCÍPIO DO VÁCUO
Você tem o hábito de juntar objetos inúteis, acreditando que um dia (não sabe quando) poderá precisar deles?
Você tem o hábito de juntar dinheiro só para não gastá-lo, pois no futuro poderá fazer falta?
Você tem o hábito de guardar roupas, sapatos, móveis, utensílios domésticos e outros tipos de equipamentos que já não usa há um bom tempo?
E dentro de você? Você tem o hábito de guardar mágoas, ressentimentos, raivas e medos?
Não faça isso. É antiprosperidade.
É preciso criar um espaço, um vazio, para que as coisas novas cheguem em sua vida.
É preciso eliminar o que é inútil em você e na sua vida, para que a prosperidade venha.
É a força desse vazio que absorverá e atrairá o que você almeja.
Enquanto você e sua casa estiverem carregados de coisas velhas e inúteis, não haverá espaço aberto para novas oportunidades.
Os bens precisam circular. Limpe as gavetas, os guarda-roupas, o quartinho lá do fundo, a garagem.
Dê o que você não usa mais. A atitude de guardar um monte de coisas inúteis amarra sua vida.
Não são os objetos guardados que emperram sua vida, mas o significado da atitude de guardar.
Quando se guarda, considera-se a possibilidade da falta, da carência.
É acreditar que amanhã poderá faltar e você não terá meios de prover suas necessidades.Casas entulhadas de coisas velhas dizem MUITO das pessoas...Falam por elas...
Com essa postura, você está enviando esta mensagem para o seu cérebro e para a vida: você não quer renovar nada, já que se contenta em guardar coisas velhas e inúteis.
Desfaça-se do que perdeu a cor e o brilho e deixe entrar o novo em sua casa e dentro de você!
"As pessoas são solitárias porque constróem paredes em vez de pontes."

Vaidade de uma forma simples-Vania Vieira.

A vaidade, quando passa dos limites, é como tempestade no deserto: não destrói nada, porque não tem nada para destruir. No entanto, não deixa ninguém passar.
A vaidade é igual ao sal: se não se o põe fica insípido; se se o põe muito, o sabor se torna insuportável.
Ela é semelhante a um parafuso: se não ficar na medida não segura a porca.
A alma pretenciosa faz muito barulho, e realiza pouca coisa.
Se tu fizeste alguma coisa, não desmereças a tua obra, falando muito dela. Deixa essa tarefa para os outros. A auto-educação é trabalho nobre, todavia a autovalorização é papel dos néscios.
A vaidade pode ser até um alimento, que, muito quente estraga o paladar, e bem morninho agrada a consciência.
E o pior é falar muito do que não fizemos ainda: o amor próprio se transforma em desespero, e passa a acreditar nas piores das mentiras, aquelas mais ou menos conscientes das ilusões afirmadas. E a alma fica torturada pela consciência.
O gabo em boca própria é jardim sem flores, é casa sem habitação.
É teoria sem prática, é tributo sem ouvintes.
Só resta uma coisa para o que fala muito de si mesmo: é que algum dia venha ele a fazer tudo o que diz.
A nossa mente pode ter uma grande fertilidade de criação, fornecida pela inteligência. Entretanto, a sabedoria nos mostra comedimento até no pensar. Em muitos casos estamos sujeitos a criar ilusões que tomam formas mentais, a nos perseguirem,´pelo que prometemos a nós mesmos, e não fizemos.
A imodéstia é edifício levantado na areia: pode cair a qualquer hora.
A decepção maior é a do mentiroso, e não a dos que ouvem as suas lorotas. E a cegueira mais forte dos que não falam a verdade ocorre quando eles passam a acreditar nas suas próprias ilusões.
Quem promete muitas coisas e se esquece de cumpri-las, é como nuvens e ventos que não trazem chuva, é como papagaio que repete o que ouve. É como o cão que ladra para a sua própria sombra.
A vaidade não é uma beberagem comum, deve ser tomada como doses homeopáticas.

Você pensa de forma organizada?

Você pensa de forma organizada? Vigiar os pensamentos pode te ajudar em diversas situações Andar, pensar, cruzar os braços são manifestações humanas que nos parecem absolutamente naturais. Entretanto elas são fruto de um aprendizado inconsciente já reparou como algumas crianças andam igualzinho ao seu pai ou mãe?
Algumas pessoas adquiriram um jeito de andar que geram problemas de postura. Da mesma forma, algumas pessoas possuem um jeito de pensar que pode não ser o mais eficaz na tomada de decisões ou na geração de idéias. Exemplos? Você já participou de processos decisórios no qual alguém está usando sua criatividade e sua capacidade de
articular para fazer valer o seu ponto de vista em vez de considerar outras alternativas? E já participou de debates infindáveis sobre a causa de um problema que claramente tem várias causas? O Prof. Edward de Bono, considerado um dos maiores especialistas mundiais no Uso Produtivo do Pensamento, costuma comparar a nossa inteligência a um automóvel - ou seja, um instrumento, um potencial a ser trabalhado. Por outro lado, nosso pensamento equivale à forma como conduzimos este automóvel, portanto a uma habilidade. Isto significa que pessoas altamente inteligentes são capazes de cometer "barbeiragens mentais", isto é, usar sua inteligência para argumentar, provar que não vai dar certo (em vez de enfrentar um desafio) ou podar idéias. Reflita sobre esta história; "Imagine uma jovem no dia de seu casamento. Ela deveria ter acordado sentindo-se feliz, romântica e cheia de sonhos. Entretanto, nossa heroína acorda com uma forte impressão de que está em vias de fazer uma grande besteira. Uma voz interna clama "não quero mais". E agora? Como nossa heroína vai decidir este impasse?"
Há várias formas de ela conduzir o seu pensamento, e as mais evidentes seriam: Se ela pensar nas consequências a curto prazo ou no ponto de vista dos outros, ela se casará.
Se ela pensar nas consequências a longo prazo ou se confrontar seu casamento com seus objetivos, talvez não se case.
Talvez seus objetivos devam ser avaliados em função de suas prioridades. Se pensar em alternativas, pode resolver se casar mais tarde ou negociar com seu noivo as questões que a preocupam.
Se ela pensar nos fatores que fizeram com que ela acordasse insegura, pode chegar a conclusão de que seu receio é muito natural, tendo em vista o passo que ela está dando. No que essa noivinha pode nos ajudar? Pense em alguma decisão que você já tomou...Que direcionamento deu ao seu pensamento? Você pode inclusive ter apenas reagido à situação, sem ter dado nenhum direcionamento específico. Imagine qual teria sido a sua decisão caso tivesse conscientemente ordenado o seu pensamento (ex. Vou primeiro pensar nos fatores, depois nas consequências, etc).
Experimente agora uma situação sobre a qual ainda não decidiu. Crie um roteiro para o seu pensamento. Siga este roteiro.
Ajudou? Pense nisso.
Gisela Kassoy é consultora em criatividade