terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Nossa obesidade mental...

Obesidade Mental

O prof. Andrew Oitke publicou o seu polémico livro «Mental Obesity»,
que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais
em geral.

Nessa obra, o catedrático de Antropologia em Harvard introduziu o
conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema
da sociedade moderna.

- «Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos
perigos do excesso de gordura física por uma alimentação desregrada.

Está na altura de se notar que os nossos abusos no campo da
informação e conhecimento estão a criar problemas tão ou mais sérios
que esses.»



- Segundo o autor, «a nossa sociedade está mais atafulhada de
preconceitos que de proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que
de hidratos de carbono.

As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos
tacanhos, condenações precipitadas.

Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada.

Os cozinheiros desta magna "fast food" intelectual são os jornalistas
e comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas
e realizadores de cinema.

Os telejornais e telenovelas são os hamburgers do espírito, as
revistas e romances são os donuts da imaginação.»



O problema central está na família e na escola.

- «Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes
se comerem apenas doces e chocolate.

Não se entende, então, como é que tantos educadores aceitam que a
dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados,
videojogos e telenovelas.

Com uma «alimentação intelectual» tão carregada de adrenalina,
romance, violência e emoção,

é normal que esses jovens nunca consigam depois uma vida saudável e
equilibrada.»



Um dos capítulos mais polémicos e contundentes da obra, intitulado "Os
Abutres", afirma:

- «O jornalista alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de
reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das
realizações humanas.

A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir,
agredir e manipular.»

O texto descreve como os repórteres se desinteressam da realidade
fervilhante, para se centrarem apenas no lado polémico e chocante.

«Só a parte morta e apodrecida da realidade é que chega aos jornais.»



Outros casos referidos criaram uma celeuma que perdura.

- «O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades.

Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy.

Todos dizem que a Capela Sistina tem teto, mas ninguém suspeita para
que é que ela serve.

Todos acham que Saddam é mau e Mandella é bom, mas nem desconfiam porquê.

Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um cateto».



As conclusões do tratado, já clássico, são arrasadoras.

- «Não admira que, no meio da prosperidade e abundância, as grandes
realizações do espírito humano estejam em decadência.

A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a
cultura banalizou-se, o folclore entrou em queda, a arte é fútil,
paradoxal ou doentia.

Floresce a pornografia, o cabotinismo, a imitação, a sensaboria, o egoísmo.

Não se trata de uma decadência, uma «idade das trevas» ou o fim da
civilização, como tantos apregoam.

É só uma questão de obesidade.

O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e sentimentos.

O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos.

Precisa sobretudo de dieta mental.»

sábado, 15 de janeiro de 2011

Muito lúcido-Leonardo Boff

O preço de não escutar a natureza

O cataclisma ambiental, social e humano que se abateu sobre as três cidades serranas do Estado do Rio de Janeiro, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, na segunda semana de janeiro, com centenas de mortos, destruição de regiões inteiras e um incomensurável sofrimento dos que perderam familiares, casas e todos os haveres tem como causa mais imediata as chuvas torrenciais, próprias do verão, a configuração geofísica das montanhas, com pouca capa de solo sobre o qual cresce exuberante floresta subtropical, assentada sobre imensas rochas lisas que por causa da infiltração das águas e o peso da vegetação provocam frequentemente deslizamentos fatais.

Culpam-se pessoas que ocuparam áreas de risco, incriminam-se políticos corruptos que destribuíram terrenos perigosos a pobres, critica-se o poder público que se mostrou leniente e não fez obras de prevenção, por não serem visíveis e não angariarem votos. Nisso tudo há muita verdade. Mas nisso não reside a causa principal desta tragédia avassaladora.

A causa principal deriva do modo como costumamos tratar a natureza. Ela é generosa para conosco pois nos oferece tudo o que precisamos para viver. Mas nós, em contrapartida, a consideramos como um objeto qualquer, entregue ao nosso bel-prazer, sem nenhum sentido de responsabilidade pela sua preservação nem lhe damos alguma retribuição. Ao contrário, tratamo-la com violência, depredamo-la, arrancando tudo o que podemos dela para nosso benefício. E ainda a transformamos numa imensa lixeira de nossos dejetos.

Pior ainda: nós não conhecemos sua natureza e sua história. Somos analfabetos e ignorantes da história que se realizou nos nossos lugares no percurso de milhares e milhares de anos. Não nos preocupamos em conhecer a flora e a fauna, as montanhas, os rios, as paisagens, as pessoas significativas que ai viveram, artistas, poetas, governantes, sábios e construtores.

Somos, em grande parte, ainda devedores do espírito científico moderno que identifica a realidade com seus aspectos meramente materiais e mecanicistas sem incluir nela, a vida, a consciência e a comunhão íntima com as coisas que os poetas, músicos e artistas nos evocam em suas magníficas obras. O universo e a natureza possuem história. Ela está sendo contada pelas estrelas, pela Terra, pelo afloramento e elevação das montanhas, pelos animais, pelas florestas e pelos rios. Nossa tarefa é saber escutar e interpretar as mensagens que eles nos mandam.

Os povos originários sabiam captar cada movimento das nuvens, o sentido dos ventos e sabiam quando vinham ou não trombas d’água. Chico Mendes com quem participei de longas penetrações na floresta amazônica do Acre sabia interpretar cada ruído da selva, ler sinais da passagem de onças nas folhas do chão e, com o ouvido colado ao chão, sabia a direção em que ia a manada de perigosos porcos selvagens. Nós desaprendemos tudo isso. Com o recurso das ciências lemos a história inscrita nas camadas de cada ser. Mas esse conhecimento não entrou nos currículos escolares nem se transformou em cultura geral. Antes, virou técnica para dominar a natureza e acumular.

No caso das cidades serranas: é natural que haja chuvas torrenciais no verão. Sempre podem ocorrer desmoronamentos de encostas. Sabemos que já se instalou o aquecimento global que torna os eventos extremos mais freqüentes e mais densos. Conhecemos os vales profundos e os riachos que correm neles. Mas não escutamos a mensagem que eles nos enviam que é: não construir casas nas encostas; não morar perto do rio e preservar zelosamente a mata ciliar. O rio possui dois leitos: um normal, menor, pelo qual fluem as águas correntes e outro maior que dá vazão às grandes águas das chuvas torrenciais. Nesta parte não se pode construir e morar.

Estamos pagando alto preço pelo nosso descaso e pela dizimação da mata atlântica que equilibrava o regime das chuvas. O que se impõe agora é escutar a natureza e fazer obras preventivas que respeitem o modo de ser de cada encosta, de cada vale e de cada rio.

Só controlamos a natureza na medida em que lhe obedecemos e soubermos escutar suas mensagens e ler seus sinais. Caso contrário teremos que contar com tragédias fatais evitáveis.

Leonardo Boff é filósofo/teólogo

Wayne W. Dyer18 de Julho de 2010-Aqui estão sete sugestões para ajudá-lo a transcender idéias arraigadas sobre a própria importância.

Wayne W. Dyer18 de Julho de 2010Aqui estão sete sugestões para ajudá-lo a transcender idéias arraigadas sobre a própria importância. Todas estas são concebidas para ajudar a impedi-lo de se identificar falsamente com a auto-importância do ego.1 – Deixe de ficar ofendido. O comportamento dos outros não é motivo para ficar retido. Aquilo que o ofende somente o enfraquece. Se estiver procurando ocasiões para ficar ofendido, você as encontrará a cada oportunidade. Este é o seu ego operando, convencendo-o de que o mundo não deveria ser assim. Mas você pode se tornar um apreciador da vida e se equiparar ao Espírito universal da Criação. Você não pode alcançar o poder da intenção ao ficar ofendido. De qualquer modo, aja para erradicar os horrores do mundo que emanam da identificação massiva do ego, mas fique em paz. Como “Um Curso em Milagres” nos lembra: “A Paz é de Deus, você que é parte de Deus, não está no lar, exceto em sua paz. O Ser é de Deus, você que é parte de Deus não está no lar, exceto em sua paz”. Ficar ofendido cria a mesma energia destrutiva que o ofendeu em primeiro lugar e leva ao ataque, ao contra-ataque e à guerra.2 – Libere a sua necessidade de vencer. O ego adora nos dividir em vencedores e perdedores. A busca da vitória é um meio infalível de evitar o contato consciente com a intenção. Por quê? Porque em última instância, a vitória é impossível o tempo todo. Alguém lá fora será mais rápido, mais afortunado, mais jovem, mais forte e mais inteligente, e novamente você se sentirá inútil e insignificante. Você não é o seu prêmio ou a sua vitória. Você pode curtir a competição, e se divertir em um mundo onde a vitória é tudo, mas você não tem que estar lá em seus pensamentos. Não há perdedores em um mundo onde todos compartilham a mesma fonte de energia. Tudo o que você pode dizer em um determinado dia é que você realizou em um determinado nível, em comparação aos níveis de outros neste dia. Mas hoje é outro dia, com outros competidores e novas circunstâncias a considerar. Você está ainda na presença infinita em um corpo que está em outro dia, ou em outra década, mais velho. Deixe ir a necessidade de vencer, sem concordar que o oposto de vencer é perder. Este é o medo do ego. Se o seu corpo não está atuando de modo a vencer neste dia, ele simplesmente não se importa quando você não está se identificando exclusivamente com o seu ego. Seja o observador, notando e apreciando tudo isto sem precisar ganhar um troféu. Esteja em paz, e corresponda com a energia da intenção. E, ironicamente, embora você quase não o perceba, mais vitórias se apresentarão em sua vida quando menos as perseguir.3 – Deixe ir a sua necessidade de estar certo. O ego é a fonte de muitos conflitos e desavenças, porque ele o empurra na direção de tornar outras pessoas erradas. Quando você é hostil, está desconectado do poder da intenção. O Espírito Criativo é bondoso, amoroso e receptivo; e livre da raiva, do ressentimento ou da amargura. Liberar a sua necessidade de estar certo em suas discussões e relacionamentos é como dizer ao ego: eu não sou um escravo para você. Eu quero aceitar a bondade e rejeitar a sua necessidade de estar certo. Realmente, eu oferecerei a esta pessoa uma oportunidade de se sentir melhor, dizendo que ela está certa, e lhe agradecer por me apontar na direção da verdade. Quando você deixa ir a necessidade de estar certo, é capaz de fortalecer a sua conexão com o poder da intenção. Mas tenha em mente que o ego é um combatente determinado. Eu tenho visto pessoas terminarem relacionamentos maravilhosos, apegando-se a sua necessidade de estar certo, interrompendo-se no meio de um argumento e se questionando: “Eu quero estar certo ou ser feliz?” Quando você escolhe o humor feliz, amoroso e espiritualizado, a sua conexão com a intenção é fortalecida. Estes momentos expandem no final das contas, a sua nova conexão com o poder da intenção. A Fonte universal começará a colaborar com você, criando a vida que você pretendia viver. 4 – Deixe ir a sua necessidade de ser superior. A verdadeira nobreza não se refere a ser melhor do que outra pessoa. Trata-se de ser melhor do que você costumava ser. Permaneça focado em seu crescimento, com uma consciência permanente de que ninguém neste planeta é melhor do que outro. Todos nós emanamos da mesma força de vida criativa. Todos nós temos uma missão de compreender a nossa essência pretendida. Tudo o que precisamos para cumprir o nosso destino nos está disponível. Nada disto é possível quando você se vê como superior aos outros. É um velho provérbio, mas, entretanto, verdadeiro: Somos todos iguais aos olhos de Deus. Deixe ir a sua necessidade de se sentir superior, vendo a revelação de Deus em todos. Não avalie os outros com base em sua aparência, em suas conquistas, posses e em outros índices do ego. Quando você projeta sentimentos de superioridade, isto é o que você recebe de volta, levando a ressentimentos, e principalmente, a sentimentos hostis. Estes sentimentos se tornam o veículo que o distancia mais da intenção. Um Curso em Milagres trata desta necessidade de ser especial e superior. A pessoa que se julga especial sempre faz comparações. 5 – Deixe ir a necessidade de ter mais. O mantra do ego é mais. Ele nunca está satisfeito. Não importa quanto você consiga ou adquira, seu ego vai insistir que não há o suficiente. Você se encontrará em um estado perpétuo de esforço para obter, eliminando a possibilidade de nunca chegar. Entretanto, na realidade, você já chegou, e como você optar por usar este momento presente de sua vida, é sua escolha. Ironicamente, quando você deixa de precisar mais, mais do que você deseja parece chegar a sua vida. Desde que você se desligou da necessidade por isto, você achará mais fácil transmiti-lo aos outros, porque você compreende quão pouco você precisa a fim de ficar satisfeito e em paz. A Fonte universal está contente com ela mesma, expandindo-se constantemente e criando nova vida, sem tentar se apegar as suas criações para seus próprios propósitos egoístas. Ela cria e libera. Quando você libera a necessidade do ego de ter mais, você se unifica a esta Fonte. Você cria, atrai para si e libera, nunca exigindo que mais venha ao seu caminho. Como um apreciador de tudo o que se apresenta, você aprende a poderosa lição de S. Francisco de Assis: “É dando que recebemos.” Ao permitir que a abundância flua para e através de você, você se equipara a sua Fonte e garante que esta energia continue a fluir. 6 – Deixe de se identificar com base em suas realizações. Este pode ser um conceito difícil se pensar que vocês são as suas realizações. Deus canta todas as músicas, Deus constrói todos os prédios, Deus é a fonte de todas as suas realizações. Eu posso ouvir o seu ego protestando em voz alta. Entretanto, permaneça atento a esta idéia. Tudo emana da Fonte! Você e esta Fonte são um! Você não é este corpo e as suas realizações. Você é o observador. Observe tudo isto; e seja grato pelas habilidades que acumulou. Mas dê todo o crédito ao poder da intenção, que lhe trouxe à existência e da qual é uma parte materializada. Quanto menos precisar assumir o crédito pelos seus empreendimentos e mais conectado permanecer às sete faces da intenção, mais estará livre para realizar, e mais se apresentará para você. Quando você se liga a estas conquistas e acredita que apenas você que está fazendo todas estas coisas, você deixa a paz e a gratidão de sua Fonte. 7 – Deixe ir a sua reputação. Sua reputação não está localizada em você. Ela reside nas mentes dos outros. Portanto, você não tem nenhum controle sobre tudo isto. Se falar para 30 pessoas, você terá 30 reputações. Conectar-se à intenção significa ouvir o seu coração e se conduzir baseado naquilo que a sua voz interior lhe diz que é o seu propósito aqui. Se estiver muito preocupado em como será percebido por todos, então você se desliga da intenção e permite que as opiniões dos outros o oriente. Este é o seu ego operando. É uma ilusão que se interpõe entre você e o poder da intenção. Não há nada que não possa fazer, a menos que se desconecte da fonte de poder e se torne convencido de que o seu propósito é provar aos outros como você é poderoso e superior, e gaste a sua energia tentando ganhar uma gigantesca reputação entre outros egos. Permanecer no propósito, desligar-se do resultado, e assumir a responsabilidade pelo que faz, reside em você: seu caráter. Deixe que a sua reputação seja debatida por outros. Ela nada tem a ver com você. Ou como o título de um livro diz: “O que você pensa de mim, não é da minha conta.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Matrix

Uma das coisas mais complicadas de se entender quando ainda não se alcança um despertar mais avançado é a natureza da ilusão deste mundo. Isso porque, condicionados por uma vida inteira, ou várias vidas passadas, as pessoas têm a atual realidade aceita, totalmente absorvida em cada faísca de pensamento, conceito e compreensão. Torna-se então difícil de entender como algo tão complexo, tão cheio de vida própria pode ser uma ilusão criada para propósitos nada altruístas para com a humanidade. As respostas são até singelas para explicar o porquê deste mundo, mas funcionam corretamente, exercendo bem seus papéis.


Antes de mais nada é preciso compreender exatamente do que estamos falando. Não falamos da realidade 3D, deste conceito que temos da matéria densa na qual vivemos. Essa é outra história, primordial e sem a malícia que muitos teimam em dar a ela. Esta é Maya. Sua criação fora unicamente para propósitos experenciais e cumpriu bem seu papel até agora. Todavia não é dela que falamos, e sim, da ilusão deste orbe terrestre, que mais do que um amontoado de mentiras e situações inúteis, é um grande véu que impede a consciência humana de encontrar a si mesma e as grandes maravilhas da existência transcendental.



Não podemos atestar um início absoluto para a criação desta ilusão, seria leviandade, mas podemos nos situar em seu contexto mais amplo e compreender o porquê de si mesma.


Sabemos que o conhecimento é poder, e que o poder quando mal administrado corrompe. Durante grande parte da história da humanidade, desde seus primórdios racionais, estivemos seguindo junto com a correnteza, fluindo com a vida e experenciando suas peculiaridades. Mas por causa de intervenções ímpares em nossas construções biológicas, acabamos estancados em diversas áreas do conhecimento e experiência universal. Uma delas é a espiritualidade, que molda nosso avanço e entendimento do mundo e de nós mesmos.


Essas intervenções a princípio não tinham características sórdidas, era algo fruto de certa irresponsabilidade e que acabou acarretando uma série de acontecimentos que deram início à verdadeira manipulação. Então, querido leitor, não devemos condenar esta ou aquela atitude, não podemos dar nomes aos culpados simplesmente por suas atitudes impensadas. Lembremos que a inteligência não é sinal de sabedoria e que todos são passíveis de erros.


Mas então o que acontece quando alguns indivíduos, dotados de conhecimento e entendimento privilegiado, além de uma espiritualidade mais latente, acabam provando do poder e adorando? Eles querem mais. E essa sede por mais foi a faísca da criação do mundo de mentiras que presenciamos nos dias atuais, mas que está prestes a cair por terra.


A Criação


A complexidade que vemos no mundo não foi criada da noite para o dia. Como qualquer obra de arte, começou com os preparativos, depois o esboço e as primeiras pinceladas. É necessário muita paciência, e uma mente privilegiada e transcendente para manter o controle sobre a obra. Uma consciência, ou consciências, que não estão limitadas pelas barreiras temporais. Quando se diz que algo dessa magnitude, que perdura há milhares de anos, não pode ter sido criada por uma mente humana, é uma constatação inteligente e racional.





A primeira fase é a criação do cenário. Aqui temos a base da ilusão, para que as mentes fiquem presas e encantadas pelos olhos e pela interpretação óbvia. O cenário contém os conhecimentos básicos relativos à matéria: vida, morte, nascimento, reprodução, mente, coração, órgãos internos, cérebro, pensamentos, ideias, sentimentos, emoções, conhecimento, desenhos, escrita, matemática, equações, soluções, respostas complexas, respostas ambíguas, mistérios, segredos, etc. Todos manipulados previamente para um entendimento errôneo.


Quando os materiais estão todos prontos a serem usados, então são criados os pilares do cenário: Religião, Política, Educação, Ciência, Entretenimento e Guerra.



A humanidade então vai evoluindo sobre estes pilares, construídos com materiais de qualidade duvidosa, que acabam iludindo e criando falsas convicções filosóficas e científicas a respeito do mundo e de si mesma. O interno recebe grande atenção da Religião. Mas seus materiais também estão corrompidos e o interno acaba sendo desconstruído para adaptar-se às imperfeições de seus dogmas e conceitos.


A Ciência, ainda tímida, uma vez que o externo para ser atestado verdadeiro, necessita de mais do que palavras e intuições, e sim de provas físicas, começa então a ganhar força e trazer o homem para seu exterior, criando um contraponto com o interno e um conflito ideológico, perdurando por tempo indeterminado no psiquismo humano.


A Educação à princípio vem para trazer algumas respostas para os questionamentos naturais do ser humano, recebendo-as todavia de fontes obtusas e filtradas. Assim é ensinado o básico e verdadeiro sobre a realidade física através da Matemática, idioma universal e que para os fins da própria criação da Matriz necessita ser passada isenta de conflitos e inconstâncias. Todavia, a mesma Educação exerce um papel de dupla personalidade ao ministrar falsos eventos históricos como maneira de moldar o pensamento presente e, por conseguinte, a consciência futura. Então temos as criações de mitos e de mentiras históricas. A verdadeira história se perde, limitando e obstruindo a consciência humana de entender a si mesma, que além disso, com a intervenção da ciência, ainda tem uma referência totalmente insconstante de sua verdadeira natureza.



A Política surge como uma maneira piramidal de exercer o poder direta e indiretamente, além de servir de falso farol de delegações de poderes, responsabilidades e lideranças, fazendo com que o ser humano se sinta seguro por ter alguém no controle da situação para seu próprio bem e a de seus familiares. Todavia, a Política nunca, em momento algum de sua história, teve a intenção de servir a população, apenas a de continuar de forma perene no controle de todo o andamento social e econômico, servindo em maior escala aos propósitos ilusórios de seus controladores. Nada mais que a perpetuação de ícones.


A Guerra surge única e exclusivamente para criar estados mentais de medo, o alimento máximo da Matriz. Nunca teve a ver com disputas territoriais, ideológicas ou religiosas; essas são disposições inferiores nas mentes de manipulados e manipuláveis. Por cima de tudo e de todos, apenas o medo é que realmente fundamentou a instituição de todas as guerras já criadas ao longo da história da humanidade. E com o advento das modernizações da Matriz, como o sistema financeiro, por exemplo, acabou servindo também para auxiliar o andamento da máquina ilusória como um todo.



O Entretenimento vem justamente para impedir o questionamento e a busca pela verdade, uma vez que prende a mente numa gaiola fictícia e paliativa para as dores e tristezas mais fundamentais do vazio existencial nativo do ser humano. Então são criados os esportes de competição. E com o passar dos séculos, a necessidade de ampliar sua capacidade hipnótica, o entretenimento acaba expandindo-se em novas vertentes, corrompendo inclusive a arte, e também se estabelecendo no reino das comunicações fundamentais. Todavia, sua única razão de existir é justamente o de colocar véus em frente dos olhos da humanidade.

A Segunda Fase

O próximo passo da implantação da ilusão é a expansão de seus fractais manipulatórios, de acordo com o avanço da própria humanidade. Aqui há o estabelecimento de 2 subpilares fundamentais: o Sistema Monetário e a Mídia, além do fortalecimento da Ciência. Nesta fase, a capacidade questionadora e ideológica do ser humano está em seu nível mais baixo, tornando-o robótico, desprovido de verdadeiras características humanas.



O Sistema Monetário veio como forma de limitar as experiências humanas, colocando grilhões em seus calcanhares para impedir o homem de continuar em sua liberdade existencial. A cobrança e o preço para manter-se vivo e fundamentado junto ao seu grupo veio para limitar os pensamentos e a maneira livre de encarar o mundo ao redor. Assim sendo, o trabalho como meio de contribuir para o bem estar de todos tornou-se uma maneira de sobrevivência, obrigatório para se tornar um cidadão. Sem ele, a exclusão do grupo torna-se iminente.

As jornadas de trabalho, os falsos benefícios, as contas a pagar, os tributos, a ato de pagar para se divertir, tudo isso são distrações mentais; limitações indutórias à involução espiritual e, por conseguinte, mentais e biológicas. Pagar para viver no mundo em que nasceu. Esta é a realidade do homem.

E juntando-se ao Entretenimento, veio o consumismo, efeito anestésico e sem nenhum fundamento; juntando-se à Política, veio os tributos e impostos; juntando-se á Religião vieram os dízimos e doações; juntando-se à Educação, veio a busca pelo sucesso financeiro; juntando-se à Guerra, veio o mercado bélico e tráfico de armas e, por conseguinte, tráfico de drogas e entorpecentes; e juntando-se à Ciência, veio o advento das indústrias farmacêuticas. Tudo formando um grande fractal manipulatório.



A Mídia ganhou força total nas últimas décadas devido ao seu grau elevado de aderência e aceitação, servindo então como grande estandarte da Matriz. As comunicações são filtradas para favorecer determinada ideia a ser implantada, e aliando-se ao Entretenimento, temos então a máquina perfeita para mudar o comportamento social e filosófico da humanidade como um todo. Cinema, Música, Internet, Videogames, Livros, Revistas, Jornais e Tevês. Tudo servindo a um mesmo propósito. E compreendendo o papel fundamental que o sexo tem no afrouxamento da capacidade ideológica do ser humano, foi criada a indústria pornográfica. Tudo encaixado, tudo planejado.

A razão de tudo isso? Impedir que alcancemos nossa verdadeira natureza, nossa divindade e, por ventura, liberdade espiritual. Impedir que saibamos que há um mundo por trás do mundo, que há muita vida além do que os olhos podem ver; que não estamos sós no universo e que temos a fagulha de Deus dentro de nossos âmagos. Controle, é disso que se trata.

Transição Planetária



Pois bem, querido leitor, compreendendo que a sociedade e todos os seus braços são o que de fato queremos dizer por Matriz, fica muito mais fácil de compreender como oferecer boas respostas quando a hora chegar. Pois perguntas serão feitas, é preciso saber respondê-las da maneira mais adequada para um verdadeiro entendimento.

"Se o mundo vai sofrer uma grande chacoalhada, por que então ainda existe tantos planos? Por que tantos investimentos financeiros, Copa do Mundo, Olimpíadas do Rio, missões da NASA, construções de plataformas de Petróleo, etc?"

Esta pergunta foi feita por meu irmão. Ele não é um desperto, mas também não dorme mais. Ele está na fase sonâmbula. Já assistiu "Zeitgeist", "Endgame" e "Quem Somos Nós?", já sabe sobre a existência de extraterrestres, tem uma noção de espiritualidade, mas mesmo assim, ainda está estancado e preso nas inconstâncias da dúvida. Portanto, só vai realmente compreender, quando algo grande acontecer, algo que traumatize. Muitas pessoas se encontram nesta posição, a maioria nem sequer é sonâmbula. E elas irão fazer perguntas, grande parte ainda antes dos principais acontecimentos, pois os véus estão caindo de maneira aguda e isso está abrindo espaço nas mentes das pessoas.

domingo, 2 de janeiro de 2011

O valioso tempo dos maduros-Mário de Andrade.

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui
para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
...Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas..
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam
poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir
assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar
da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo
de secretário geral do coral.
'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa...
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua
mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!

- Mário (Coelho Pinto)de Andrade, ensaista e ativista angolano, ou Ricardo Gondim, publicado no livro “Creio, mas tenho Dúvidas”, Editora Ultimato? -
Não sei, mas oderia ser meu, pois retrata exatamento o que sinto.