segunda-feira, 19 de outubro de 2009

...falando sobre Religião...Vania Vieira

Sintam as palavras de um dos maiores Mestres que já viveram entre nós...
"Para mim, as diferentes religiões são lindas flores, provenientes do mesmo jardim. Ou são ramos da mesma árvore majestosa. Portanto, são todas verdadeiras". A frase que você acabou de ler foi dita por uma das mais importantes personalidades do século vinte: o Mahatma Gandhi. Veja quanta sabedoria nas palavras do homem que liderou a independência da Índia sem jamais recorrer à violência! Nos tempos atuais, são raros os que realmente têm uma posição como a de Gandhi, que manifestava um profundo respeito pela opção religiosa dos outros. Muitas pessoas acreditam que sua religião é superior às demais. Acreditam firmemente que somente elas estão salvas, enquanto todos os demais estão condenados. Pouquíssimas pensam na essência da mensagem que abraçam, já que estão muito preocupadas em converter almas que consideram perdidas. E, no entanto, Deus é Pai da Humanidade inteira. Todos nós temos a felicidade de trazer, em nossa consciência, o sol da Lei Divina. Ninguém está desamparado. De onde vem, então, essa atitude preconceituosa, exclusivista, que nos afasta de nossos irmãos? Vem de nosso pensamento limitado e ainda egoísta. Quase sempre o homem acredita que tem razão. Imagina que suas opiniões, crenças e opções são as melhores. Você já notou que a maior parte das pessoas acha que tem muito a ensinar aos outros? É que, em geral, as pessoas quase não se dispõem a ouvir o outro: falam sem parar, dão opiniões sobre tudo, impõem sua opinião. São almas por vezes muito alegres, expansivas, que adoram brincar. Chamam a atenção pela vivacidade, pelos modos espalhafatosos, pelas risadas contagiantes e pelas conversas em voz alta. Mas são raras as vezes em que param para escutar o que o outro tem a dizer. São como crianças um tanto egoístas, para quem o Mundo está centrado em si ou na satisfação de seus interesses. É uma atitude muito semelhante a que temos quando acreditamos que o outro está errado, simplesmente por ser de uma religião diferente. É que não conseguimos parar de pensar em nossas próprias escolhas. Não estudamos a religião alheia, não nos informamos sobre o que aquela religião ensina, que benefícios traz, quanta consolação espalha. Se estivéssemos envolvidos pelo sentimento de amor incondicional pelo próximo, seríamos mais complacentes e mais atentos às necessidades do outro. E então veríamos que, na maioria dos casos, as pessoas estão muito felizes com sua opção religiosa. A nossa religião é a melhor? Sim, é a melhor. Mas é a melhor para nós. É óbvio que gostamos de compartilhar o que nos faz bem. Ofertar aos outros a nossa experiência positiva é uma atitude louvável e natural. Mas esse gesto de generosidade pode se tornar inconveniente quando exageramos. Uma coisa é ofertar algo com espírito fraternal, visando o bem. Mas diferente, quando desejamos impor aos demais a nossa convicção particular. Se o outro pensa diferente, respeite-o! Ele tem todo o direito de fazer escolhas. Quem de nós lhe conhece a alma? Ou a bagagem espiritual, moral e intelectual que carrega? Deus nos deu nosso livre arbítrio e o respeita. Por que não imitá-Lo?
Enquanto não soubermos amar profundamente o próximo, respeitando-lhe as escolhas, não teremos a atitude de amor ensinada por todas as religiões e pelos grandes Mestres da Humanidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse texto merece redobrados elogios pela verdade, esclarecimento, e mensagem de tolerância, ou melhor que tolerância porque quem tolera apenas suporta, a mensagem é da verdadeira convivência e aceitação como somos e como os outros são.

Eu tento ter o maior cuidado com este assunto para não infringir os limites dos outros e os limites dos outros variam de milímetros a centenas de metros ou mesmo vários quilômetros.

Quando nos aproximamos de alguém nossos corpos e mentes trocam um montão de "agentes" sutis, seja pelo mais leve toque de pele, aperto de mão, olhar, expressão facial e um monte de outros sinais. Muitos desses limites (milímetros, metros ou quilômetros) são aí estabelecidos e servem como guia para abordarmos ou não assuntos mais delicados.

Quando não estamos próximos, e nem ao menos temos a voz como transmissores de emoção, somente nos resta a palavra escrita (emails, cartas, chats, etc). E nada mais complicado que a palavra escrita para alguns assuntos complexos como crenças e religiões.

O nosso entusiasmo de procurar difundir aquilo que acreditamos e achamos bom para nós é louvável quando o fazemos com a intenção de ajudar, mas precisamos ter o máximo de cuidado, porque mesmo aceitando de coração que outras pessoas possam simplesmente recusar nossas idéias, ainda corremos o risco de transmitir de maneira equivocada pela palavra escrita o que poderíamos melhor transmitir ao vivo e a cores.