terça-feira, 11 de dezembro de 2007

A Verdade.

A Verdade
Uma vez mais saí pelo mundo. Ao chegar na encruzilhada de todos os caminhos, perguntei o que era a VERDADE.
- Busca-a na Filosofia – responderam os filósofos.
- Não – argumentaram os políticos -. A VERDADE está nos serviços prestados. - Vai às catedrais – aconselharam os padres.
- Sem dúvida, a VERDADE é a SABEDORIA
– asseveraram por sua vez os sábios.
- Renunciam a tudo – ordenaram os ascetas.
- Contempla e enaltece as maravilhas do Senhor
– exortaram os místicos.
- Acata e cumpre as leis – recomendaram os governantes.
- Conhece-te a ti mesmo – cantaram os guardiões do Esoterismo.
- A VERDADE está nos números sagrados – deduziram os cabalistas.
- Vive os prazeres – aconselharam-me os epicuristas.
- Junta-te a nós – clamaram os revolucionários.
- Viva e deixa viver – gritaram os existencialistas.
- A VERDADE é um mito – sustentaram os céticos.
- A VERDADE é o passado – lamentaram-se os nostálgicos.
Derrotado e confuso, senti-me abatido, enquanto aquela multidão interminável se afastava, clamando e reivindicando “sua” verdade.
Perdido em meio a inúmeras reflexões, não me dei conta da chegada de um ancião que trazia nas mãos um diamante resplandecente.
- Quem és tu? – perguntei-lhe. E o ancião, estendendo as mãos, respondeu-me: - Sou o guardião da VERDADE. - Da VERDADE? Mas ela existe? Sorrindo, o ancião aproximou o diamante do meu rosto e afirmou: - A VERDADE é como este tesouro, que tem mil facetas. E cada um deve averiguar aquilo que lhe toca.
J.J. Benítez

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