quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ame, sem medo-Vania Vieira.

As vezes a distância física nem é tanta, mas a distância de sentimentos, pensares, prazeres, quereres...quero já, quero agora, daqui a pouco pode não existir, digo te amo, beijo, abraço, só não digo talvez o que queiram ouvir...por isso dizem que o amor é egoísta, mas se engana quem assim pensa! O amor é semeado ao vento, sentido em toda e qualquer parte, voa em todas as direções mas só pousa no coração aberto!
Pode ser aquele coração cansado de tantos amores mal-resolvidos, pode ser um coração duro feito pedra de tanto se fechar em si, pode ser um mole que se derrete ao ver uma flor desabrochando, pode ser um vazio que desaprendeu o amor...mas todos os corações estão abertos, ele nunca se fecha por completo porque não saberia viver assim.
Jogue suas sementes de amor por onde passar, não se entristeça se nem todas brotarem, ela vai ficar ali esperando a sua hora chegar de florir e dar frutos. Talvez você não esteja presente para ver, mas tenha certeza que é o mais belo espetáculo que a vida nos proporciona!
Ame sem medo, não espere dia certo, pessoa certa...o amor não tem certezas, ele só tem amor!'Toda vez que o amor disser vem comigo, vai sem medo de se arrepender.. .'**

sábado, 25 de julho de 2009

Pátria-Poema Árabe.

O meu filho coloca a sua caixa de pintura à minha frente
E pede-me que lhe desenhe um pássaro.
Mergulho o pincel na cor cinzenta
E traço um quadrado com fechaduras e grades
.Os seus olhos enchem-se de surpresa:"... Mas isto é uma prisão, pai,
Não sabes desenhar um pássaro?
E eu digo-lhe: "Filho, perdoa-me.Esqueci-me da forma dos pássaros.
O meu filho coloca o livro de desenhos à minha frente
E pede-me que desenhe uma espiga de trigo.
Pego num lápisE desenho uma arma.
O meu filho desdenha da minha ignorância,perguntando,
"Pai, não sabes a diferença entre uma espiga de trigo e uma arma?"
Eu digo-lhe: "Filho,uma vez usei a forma da espiga de trigoa forma do pão
a forma da rosa Mas nestes tempos durosas árvores da floresta juntaram-se
aos homens da milícia e a rosa veste uniformes escuros
Neste tempo de espigas de trigo armadas de pássaros armados de cultura armada
e de religião armada não se pode comprar pão sem encontrar uma arma no interior
não se pode colher uma rosa do campo sem que os seus espinhos nos arranhem o rosto
não se pode comprar um livro que não vá explodir entre os nossos dedos.
"O meu filho senta-se à beira da minha cama e pede-me que recite um poema
Uma lágrima cai dos meus olhos para a almofada.
O meu filho apanha-a, surpreendido, dizendo:
"Mas esta é uma lágrima, pai, não é um poema!"
E eu digo-lhe:"Quando cresceres, meu filho,e aprenderes o 'diwan' da poesia árabe
descobrirás que palavra e lágrima são gémeas
e que o poema árabe não é mais do que uma lágrima chorada por dedos que escrevem.
"O meu filho pega nos seus pincéis,a caixa de pinturas à minha frente
e pede-me que lhe desenhe uma pátria.
O pincel treme nas minhas mãos e eu afundo-me, chorando...
ALLAH_U_AKBAR.Nizzar Qabbani

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Confronto-Vania Vieira.

Desde o instante em que o Um "se contempla", existem "Ele e o outro", os opostos, que adotarão múltiplos nomes, cada um deles correspondente ao caráter distinto de um momento dado em qualquer manifestação da vida. Diante da ordem e da harmonia, se situarão, inevitavelmente, a desordem e a discordância: trata-se de uma necessidade inerente a toda criação, na qual nada pode existir sem o seu oposto. (Misterios Egipcios - Lucien Lamy)
O que é que não faz parte da Imaginação dos Homens?
Aquilo que não tem Nome e que nossa Ansiedade Espiritual se transporta como o latejar na Criação - as Batidas do Coração.
Do Fundo do Universo, vêm essas batidas, repercutidas.
Com o desencarne, cessam as batidas dentro de um corpo, mas o latejar se transporta em outra Dimensão.
Dentro dos ouvidos, o Cosmo, continua a latejar no humano - quiçá, em todos os aspectos de Vida, porque nos ouvidos, está o equilibrio físico.
O Equilibrio é a grande Balança, a medida exata que procuramos e não temos como encontrar.
Desaparecemos quando nos perdemos da materialidade e desconhecemos como manter
no Espirito?
Nos apegamos a um representante de Deus - ao Corpo de Um Divino Mestre...
Essa chegada é Maravilhosa!
Se desde Agora nos imaginemos em fusão com a Cristandade e agindo Por Ela em tudo,
como dentro do Budismo, do deus Krishna, a repercursão longinqua do Tao, o resplendor do deus Apolo, cesse os toques da Repercursão do Universo, não existem ouvidos nem coração, mas a "Existencia"...que pode se manifestar pelo Avesso...
E o que é o "Avesso"?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

UM SER RADIANTE.

Um Ser Radiante
por Susanna Kennedy



Então temos aqui - no início você existia. Você é luz. Você é um Ser Radiante de luz dourada, resplandecendo intensamente. Mais brilhante do que qualquer estrela. Tão brilhante quanto uma Criança Radiante de Deus. Você é Luz e para a Luz você retornará. Acredite em seu esplendor, querido. Viva na luz. Seja a Luz. Brilhe. Isto é o que você é. Isto é tudo o que você tem a fazer. O tempo da ação acabou. Seu brilho tem sido visto por todos os outros seres de luz e eles são atraídos para você.

Por isso, você veio da luz. Você veio para se experienciar como um Deus Criador. Você veio para brincar com a forma. Você se vestiu em um corpo de matéria. Era denso e pesado, e você se ajustou a isto em tempo. Mas, uma vez ancorado na densidade, você começou a se esquecer do lugar que você veio. Você começou a se esquecer do seu brilho. Você penetrou no holograma da Terra tri-dimensional e concordou em participar do jogo.
Ser Radiante, é hora de se lembrar de quem você é. É hora de brilhar no mundo uma vez mais. É o momento de deixar com que o seu profundo amor flua através de você, para ensinar e curar. É tempo, querido. É tempo.

Nações inteiras se desenvolveram em torno da noção de um Deus, de um Ser Supremo. Nações - não somente neste planeta e nesta dimensão, mas muitas outras também. O que é Deus, então? Deus é tudo. Deus é energia pura. Deus é tudo. A totalidade. A luz e a escuridão juntas. O bem e o mal juntos.
Não há bem ou mal. Não há luz ou escuridão. Há somente Deus. Você é Deus expressando- se através de um corpo humano agora. A sua personalidade é como um papel que você desempenha em um filme. Não é quem você é. Não é estabelecido. Cada ator, em um filme, torna-se este papel para o resto de sua vida? Não.

Você não é a sua personalidade. Você não é os seus pensamentos. Você não é as suas crenças. Você não é os seus sentimentos. Você não é os seus comportamentos. Você é Deus, expressando a força de vida criativa através de um corpo humano, escolhendo focalizar a sua atenção através dos olhos físicos e da perspectiva daquele corpo físico de uma vez. Mas todos os outros corpos físicos são Deus também. Eles são você também. Na densidade da forma, você esqueceu disto.

Então o seu propósito agora, neste momento, neste planeta, é lembrar-se de quem você realmente é. É trazer o seu brilho para o seu corpo. É transmutar este corpo físico denso em um Corpo de Luz. É ancorar o espírito na matéria e expressar o Céu na Terra.

Cada corpo expressará o espírito e criará o céu de uma maneira única. Oh, a magnificência deste plano Divino. De quantas formas nós poderemos expressar o Céu na Terra? Um Céu diferente para cada corpo. Você pode imaginar isto?

Excerto do Livro: A Sagrada União. Uma Jornada para uma Vida Feliz - Sacred Union, A Journey To Joyful Living

Tradução para o Português: Regina Drumond

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Flores em meu caminho...espinhos?afasto-os!

Eu sigo adiante, porque sei que vencerei as adversidades que hoje me acompanham.Eu não temo as tempestades, porque sei que elas apenas estão preparando o terreno para novas colheitas.Eu não paro no meio do caminho, porque compreendo que o meu destino é a evolução e se não caminhar, como irei alcançá-la?Eu lastimo as derrotas, mas não permaneço de braços cruzados, busco por novos horizontes, levando na bagagem, as lições aprendidas.Eu acredito na renovação e com ela vou adiante, confiando que novas oportunidades surgirão.Eu não me abalo diante das tormentas, porque sinto dentro de mim, todo o potencial que o Pai me concedeu e com esse potencial, sei que tenho forças suficientes para superar qualquer dor.Eu atravesso a escuridão, tendo a coragem ao meu lado e assim, enxergando a luz que brilha em meu íntimo e a tudo ilumina.Eu derramo lágrimas, mas passo a passo, também sigo o meu caminho, porque se almejo a salvação, compreendo que não posso ficar de braços cruzados.Eu vejo as trevas se aproximarem, mas aliado à fé, eu sinto todo o Poder Divino me fortalecer para que eu vença qualquer investida do mal.Eu encontro muitas dificuldades em meus dias, mas sei que elas fazem parte do meu progresso espiritual e também compreendo que não me encontro sozinho para enfrentá-las e assim, sigo confiante, sem temer o caminho a frente.Eu me deparo com perdas que ferem o meu coração, mas não permito que a esperança abandone o meu íntimo, porque com ela sempre acesa, sei que o sofrimento, pouco a pouco, irá dar lugar à renovação.Eu me preocupo com as provas que surgem a todos instante em minha vida, mas ao invés de desespero, eu busco pela prece e com ela sinto a Mão do Pai pousar sobre os meus ombros e reacender a minha perseverança.Eu choro diante das derrotas inesperadas, mas compreendo que tenho força para enfrentar novas batalhas e realizar outras conquistas, assim não permito que o pessimismo bloqueie os meus passos.Eu acordo a cada manhã, ciente das adversidades que me esperam, mas eu me recordo de que o Pai jamais me abandona e tendo a sua Luz a minha frente, me fortaleço e saio para a vida, vendo-a como um presente muito especial.Eu sou visitado pela agonia, mas não deixo que ela encontre morada definitiva em meu ser, busco pelos ensinamentos do Mestre e percebo como eles me trazem o equilíbrio espiritual, tão necessário para a caminhada.Eu vejo as pedras do caminho não como percalços invencíveis, mas sim, como aprendizados que contribuem para o meu amadurecimento e percebo também, que sou capaz de contorná-las.Eu reconheço os erros cometidos, mas não perco tempo remoendo o passado, sei que há muito a ser feito, então, busco pelo caminho da renovação, rescrevendo as páginas da minha vida.Eu encaro os espinhos que aparecem em meu destino, mas não permito que as feridas causadas, algemem o meu espírito ao sofrimento, eu sinto o Mestre vir ao meu encontro de braços abertos e com todo o seu Amor, aliviar as minhas dores.Eu vou adiante, faço do ambiente onde me encontro, um pedaço do céu, crio asas e vou ao encontro da Providência Divina, eu me reergo toda vez que vou ao chão, não abandono a esperança nem a fé, compartilho a alegria com quem encontrar, semeio o Amor Divino e sempre encontro flores no caminho que tiver que trilhar.Eu não desisto, porque sei que sozinho, jamais estarei...

domingo, 12 de julho de 2009

Procura-se um astrólogo...um Eduardo Teixeira...

De Carlos Hollanda-
Desde tempos imemoriais, a Astrologia tem sido usada como uma forma de orientação para os seres humanos. Não são poucos os que sabem disso, mas também não são poucos os que a relegaram a segundo, terceiro, quarto plano (até chegar à total desconsideração de sua importância) na escala de valores e serviços prestados à sociedade. Há alguns anos os astrólogos vêm se perguntando como oferecer um perfil da Astrologia que ressalte sua necessidade e utilidade, mas isso tem se tornado cada vez mais difícil, tanto por causa da péssima imagem divulgada acerca dos profissionais, quanto devido à desinformação geral e até graças a necessidade de muitos astrólogos manterem-se em dia com suas contas a pagar, o que força muitos a trabalhar com outras atividades melhor remuneradas. Não. O Astrólogo não é sempre aquela figura toda fantasiada (alguns com turbante e tudo), coberto de jóias e com ar de “sabe-tudo” cheio da grana. Existem alguns sim, mas a grande maioria é de trabalhadores incansáveis, negando diversas vezes o próprio conforto, ao atender clientes que ligam fora de horário, pesquisar muito, procurar aperfeiçoamento constante, reciclagem e esclarecer aos que combatem esta arte-ciência, ao falarem sem que saibam do que estão falando. Os verdadeiros astrólogos estão preocupados com o desenrolar da vida cotidiana, com a situação política da sociedade a que pertencem e do mundo em geral, pois sabem que o que afeta um afeta a todos. Aquele que é, de fato, um profissional e estudioso dedicado preza pela harmonia e pelas soluções mais diretas dos percalços que o ser humano enfrenta em seu caminho. O esforço de esclarecimento nos remete às origens da civilização, ainda quando os povos nômades, cujos antepassados não se sabe ao certo de onde vieram, traziam em suas tradições a arte de identificar a si mesmos com o universo à sua volta, em especial com as estrelas e com as cifras (números, geometria) dos estudos metafísicos que influenciaram posteriormente a outras tradições (a pitagórica, entre elas). Desde o princípio (Mesopotâmia e até bem antes disso), o astrólogo é aquele que, profundamente consciente dos problemas e dos recursos de sua comunidade, procura e encontra soluções, auxilia no planejamento da vida de cada membro do grupo, leva o auto-conhecimento aos que o procuram e, de quebra, funciona como uma espécie de sacerdote, religando as consciências à Divindade inerente a cada um. Ora, o astrólogo, de praxe, era o mago da tribo, o hierofante, o conhecedor das Leis Divinas, aquele que trazia as “notícias” dos deuses para a vida mundana, informações vitais para a sobrevivência da tribo e das cercanias. Era (e ainda é) preciso uma afinidade toda especial com a coletividade, um misto de compreensão das motivações humanas, da consciência das necessidades práticas de toda a engrenagem social com uma capacidade de ver tudo isso numa escala ampla o suficiente para associar eventos, pessoas, ciclos e coisas a uma Fonte Única. A presença de um astrólogo (ou mago, sacerdote, sacerdotisa e correlatos todos os que, de algum modo, compreendiam as leis divinas atuando na natureza através do vínculo com a Tradição) era tão fundamental nessas sociedades que muito pouca coisa se fazia sem sua orientação. Se o assunto era agricultura, era o astrólogo (astrônomo, economista, geógrafo) quem melhor sabia definir a época correta (ou mais propícia) para plantio, não só pelo conhecimento exato das estações do ano, mas, pelas características celestes da época da semeadura e da colheita, podia fornecer dados detalhados das circunstâncias a serem vivenciadas em todos os períodos (antes, durante e depois da colheita se esta iria ser farta ou não, o que precisaria para melhorar, etc). Nos casamentos era o astrólogo (sacerdote) quem demonstrava os prós e contras, para que se pudesse ter uma idéia da índole dos envolvidos (o casal, os pais, a família). Havia sociedades em que essa “pré-visão” era solicitada muitos anos antes do provável casal chegar à idade propícia (falo de uma época bem anterior à dos casamentos forjados e forçados que a História relata). Se era necessário fazer alianças com outras tribos ou comunidades, eram os astrólogos os consultados. Se havia guerra, os estrategistas, se não eram eles mesmos astrólogos, os consultavam. Para melhores resultados em decisões individuais (ou em conselhos coletivos), num determinado dia, lá estava alguém de olho nos céus, medindo e calculando posições dos planetas, estrelas, percebendo os sinais da Terra e do Céu e entendendo o desenrolar potencial dos atos antes que tudo fosse acionado. Se alguém adoecia, quem era o médico? Não outro senão o sacerdote, o mago, o sábio (inclui-se aqui a mulher com os mesmos atributos), que via na natureza (e no céu) as correspondências que curavam ou que restabeleciam o equilíbrio. Mais uma tarefa para os astrólogos antigos. Na Idade Média, reservado à nobreza, o serviço astrológico tornou-se mais “mitológico” do que já costumava ser para a maior parte das pessoas, desprovida de conhecimentos mínimos sobre qualquer assunto. Como as doutrinas religiosas começavam a se firmar, tudo o que não estivesse dentro do escopo de sua forma externa, isto é, qualquer forma de compreender esse vínculo dom a Divindade (e a Criação-Humanidade), costumava ser vista como algo prejudicial (exceto nas comunidades pagãs, posteriormente invadidas pelos ditos “civilizados”). Na Idade Moderna, a fundamental contribuição às Grandes Descobertas, com as cartas de navegação, a eleição dos dias propícios ao zarpar dos navios e as orientações aos reis e nobres na competição das potências marítimas. A Escola de Sagres contava com sábios provenientes de escolas iniciáticas, dos Templários e outras linhas da Tradição, que detinham os mesmos conhecimentos dos antigos, mas, então, auxiliados por instrumentos mais sofisticados e pelo acúmulo de documentos-fonte. Até nisso os astrólogos eram imprescindíveis, pois muitos foram escalados como médicos de frota, navegadores, pilotos e construtores (navios, fortalezas, igrejas, etc conheciam geometria como ninguém). Entretanto, em todas as épocas, esses magos astrólogos não eram procurados por falarem coisas difíceis de entender, mas pelos resultados concretos que seu trabalho revelava. Charlatães sempre existiram e sempre existirão em toda e qualquer atividade humana da qual a comunidade dependa em algum grau. Não importa quantas nem quais leis sejam feitas, isso é um problema humano, não é exclusivo de um sistema político, de religião, de uma raça, de uma região ou de um tipo qualquer de criação familiar. Acontece que a Astrologia começou a perder seu crédito a partir do momento em que muitos inescrupulosos se aperceberam que as indicações dadas pelos magos-sacerdotes-astrólogos eram respeitadas a tal ponto que estes ganhavam um certo poder. Apesar disso, eles (os astrólogos honestos) não se importavam com o poder, mas com a possibilidade de ver o circuito cósmico em andamento e funcionar como canais para o mesmo fluxo cósmico que os antigos liberavam em seus trabalhos. É muito fácil se fazer passar por alguma coisa, quando não se tem informações precisas a respeito dela. Assim, também era (e ainda é) fácil enganar o povo com imitações baratas de algo sagrado e de grande valor. Com isso, o acúmulo de erros cometidos pelos falsos astrólogos foi provocando a descrença naqueles que, com um mínimo de discernimento, percebiam suas falcatruas.Após a Revolução Industrial piorou ainda mais a situação da Astrologia, já que o número crescente de pessoas em condição de exercer certo domínio sobre a natureza afastava a idéia de encontro e comunhão com uma divindade que, pelos padrões de pensamento da época (materialista e darwinista social) estava cada vez mais distante ou indiferente. Entretanto, os ciclos sempre retornam ao início e estamos agora sendo beneficiados pela mesma tecnologia que nos relegou injustamente à categoria de pseudo profissionais. Agora temos computadores potentes, Internet, aviões, telescópios, sondas espaciais, tudo isso conspirando para confirmar que este saber milenar sempre foi correto. As analogias de cada planeta real com seu correspondente simbólico são surpreendentemente idênticas. Saturno ou Cronos, senhor do tempo, mas também das alianças, dos acordos, das muralhas protetoras que circundam uma fortaleza é conhecido pelos belíssimos anéis ao seu redor. Coincidência? Essa palavra ainda será banida dos dicionários. Após tantos milênios, a Astrologia continua desempenhando seu papel orientador, apesar de ofuscada pelas luzes artificiais das novas ciências. Teoricamente, a Geografia, a Agronomia, a Meteorologia, a Química, e a Engenharia Mecânica dominaram a agricultura, dispensando o trabalho do astrólogo nesse campo. Eu disse teoricamente. A Medicina moderna substituiu (na cabeça das pessoas) muito do trabalho de curador astrólogo, os serviços de encontros de casais fornecem uma espécie de análise de perfil para um relacionamento, os modernos psicólogos abrem as portas para o auto-conhecimento e a Estatística prediz tendências para alguns meses ou anos. O astrônomo define os calendários, o físico projeta telescópios cada vez mais potentes e os engenheiros calculam cada vez mais exatamente o modo como chegar a outros planetas que antes só se via a olho nu. Sim, o saber astrológico foi posto de lado pela sociedade comum, mas de forma alguma se tornou obsoleto. Estas ciências são bastante complexas, enquanto que a Astrologia, a despeito dos anos necessários para um bom aprendizado, é simples, pelo simples fato de estar contida em nosso inconsciente coletivo. Hoje em dia, mais do que nunca, a Astrologia é fundamental, seja como síntese de todas as ciências citadas acima, seja como vínculo, como ponte de ligação entre elas e como origem da maioria. É uma base multidisciplinar, e, por que não dizer, transdisciplinar, que reúne todos os outros atributos e mais um que tais especializações não têm: a lógica do universo, a ordem que existe sobre o caos aparente e um contato com os ritmos que nos compõem a todos. A Astrologia nos permite ver a maravilha sem fim que é a Existência, dando-nos a certeza disso. Não, a Arte não é desnecessária, pelo contrário. Está cada vez mais firmando seu valor e sua característica de prestação de serviço a Grande Família Humana na Terra. Ela ainda é uma base de apoio ao médico, se este assim o deixar, abrindo seus horizontes a esse conhecimento cíclico. É um método de harmonização numa comunidade aparentemente desagregada, se assim os dirigentes o deixarem. É uma técnica de planejamento confiável para famílias, empresas, empreendedores individuais, sistemas científicos, casamentos, educação, e tantas outras atividades humanas, tantas quantas puderem ser criadas, uma vez que a Astrologia é um saber holístico e, por isso mesmo, presente em tudo o que o ser humano possa criar. Ela ainda é um meio de fazer com que as forças cósmicas conspirem a nosso favor, caso saibamos quais são os ritmos naturais, possíveis de ser identificados apenas por quem detém tal conhecimento. A Astrologia é um serviço à comunidade, feito por puro amor ao próximo, muito antes de ter se tornado uma arte exclusiva de uns poucos privilegiados. O legado é vastíssimo e a verdadeira vocação do astrólogo ser o ponto de apoio da comunidade não pode, de forma alguma, ser perdida de vista. Por que o astrólogo cobra pelos serviços hoje em dia? Não é de hoje que o astrólogo é pago. SEMPRE foi assim, mesmo quando ainda éramos errantes e pouco organizados socialmente pelo mundo. A diferença é que o pagamento nessa época remota era feito pelo retorno em benefícios que a sociedade obtinha (colheita, abrigo, crescimento, conforto), mantendo o astrólogo sempre com recursos que captava indiretamente da sociedade. Muitos trabalhavam em outras atividades como forma adicional de movimentação da economia coletiva. Outros eram mantidos no estudo, para que pudessem estar sempre prontos a fazer um bom trabalho. Por que dizer que é por puro amor ao próximo? Por que não dizer que é apenas para proveito próprio, ganhando dinheiro com um saber tão hermético a ponto de apenas uma parcela da humanidade ter tido acesso a ele? A resposta reside no fato do praticante dessa arte-ciência ser um abnegado estudante em tempo integral, de estar enraizado em sua cultura, sem, contudo, estar preso a ela, de perceber que toda ação tem uma reação de igual força na direção contrária e que isso constitui a Lei do Retorno. Não é algo fácil de explicar, esse sentimento. Como fazer com que acreditem que alguém assim ama, com toda a intensidade, ao Ser Humano, por se tratar da própria imagem de Deus? Como entender que, apesar de ser tão imperfeito quanto qualquer outro irmão seu, o astrólogo (o verdadeiro) só quer o bem-estar daqueles que ama, ou seja, todos? Se assim era no passado, isso não deixou de ser verdadeiro agora. O que muda é a evolução da consciência de cada um. Ser astrólogo não é, como muita gente pensa, ficar conjecturando, olhando para o céu e babando pelas estrelas sem um sentido de utilidade e dizendo termos incompreensíveis a cada vez que um cliente vai ao seu encontro em busca de ajuda. Ao contrário, é função do astrólogo mostrar vias alternativas inteligíveis para que cada um possa viver melhor, da maneira que lhe convier e isso não se trata somente de auto-conhecimento, que, por si só, já uma ajuda enorme. Trata-se de ampliar os horizontes das pessoas, de adquirir experiência com o contato com elas, assimilando-as em si, encontrando-as dentro de si mesmo, desejando que possam encontrar o melhor caminho a seguir e mostrando, com a devida clareza para a época e lugar, as correlações que os símbolos mostram para um bom desempenho em todas as áreas da vida. Numa cidade pequena (onde a religiosidade ou o conservadorismo não interfiram muito) pode-se encontrar um astrólogo que seja respeitado, atuando como apoiador e incentivador comunitário ou como aquele que ajuda a decidir questões diversas. Muitos costumam atuar em áreas culturais e educacionais, pois isso garante maior abrangência. Numa cidade grande, onde existem muitos astrólogos atuantes, é importante haver uma setorização por bairros ou regiões, fazendo com que cada um possa fazer esse serviço de alavancagem social. Sendo assim, a forma de relacionamento entre cada um desses profissionais pode vir a ser bastante harmônica, alternando atendimentos em áreas diferentes, ensino, trocas de experiências com os alunos de todos os setores, colaborações de uns nos espaços dos outros, mantendo o circuito em funcionamento. Se pudermos definir qual é a verdadeira função do astrólogo nos dias de hoje, qual será ela? Dar esperanças? Também. Falar da psicologia das pessoas (como elas são)? Sim, mas isso é muito pouco para o que é possível fazer. Muita gente acha que uma consulta de astrologia é garantir que vai ouvir o que já sabe sobre si mesmo, quando a maior parte do que ouve é sobre o que não sabia. E quanto a predizer o futuro? Impossível. O futuro é variável e moldável segundo nossa vontade, especialmente quando sabemos usá-la. Obviamente os ciclos astrológicos podem definir as circunstâncias de uma época do porvir, mas os eventos quem faz somos nós, nosso arbítrio. Como definir para que serve um astrólogo? Um colega de profissão e amigo costuma dizer que se você sente dor de dente, vai ao dentista. Se está com dores no corpo, vai ao médico. Se está confuso e deprimido, vai ao psicólogo. Mas qual é o momento de se procurar um astrólogo? A resposta é: num momento crucial, nas horas de dúvida, nas tentativas de planejamento, na busca por uma ordem para o caos da vida, na hora da morte, na hora do nascimento de um filho, nas festividades, nos encontros coletivos, na expectativa, na busca de cultura ou de um sentido para a própria existência, talvez uma filosofia de vida. O astrólogo é o amigo, é o irmão, é aquele que se deleita com a felicidade alheia. Procura-se o astrólogo quando muitos já falharam. Procura-se um astrólogo, quando se precisa de incentivo, mesmo quando as circunstâncias estão contra. Procura-se um astrólogo para saber quando ter cautela numa empreitada. Procura-se um astrólogo para saber o desenrolar de uma atitude, as características de algo que se pretende começar e onde se inserir nesse contexto. Posso enumerar tantos motivos para uma consulta astrológica que não vale mais a pena continuar. Além de todos eles, ainda temos a funcionalidade do apoio às profissões que, supostamente, substituíram a função do astrólogo. Supostamente sim, porque o astrólogo é insubstituível.

Que belas são, as mulheres da minha geração-Traduzido por Luís Augusto Michelazzo..

Hoje têm quarenta e poucos, inclusive cinquenta, e são belas, muito belas, porém também serenas, compreensivas, sensatas e sobretudo diabolicamente sedutoras, isto, apesar dos seus incipientes pés-de-galinha ou desta afetuosa celulite que capitaneiam suas coxas, mas que as fazem tão humanas, tão reais. Formosamente reais.Quase todas, hoje, estão casadas ou divorciadas, ou divorciados e recasadas, com a intenção de não se equivocar no segundo intento, que às vezes é um modo de acercar-se do terceiro e do quarta intento. Que importa?Outras, ainda que poucas, mantém um pertinaz celibatarismo e o protegem como a uma fortaleza sitiada que, de qualquer modo, de vez em quando abre suas portas a algum visitante.Que belas são, por Deus, as mulheres da minha geração! Nascidas sob a era de Aquário, com a influência da música dos Beatles, de Bob Dylan, de Lou Reed, do melhor cinema de Kubrick e do início do boom latino-americano, são seres excepcionais. Herdeiras da revolução sexual da década de 60 e das correntes feministas, que entretanto receberam passadas por vários filtros, elas souberam combinar liberdade com coqueteria, emancipação com paixão, reivindicação com sedução.Jamais viram no homem um inimigo, apesar de que lhe cantaram umas quantas verdades, pois compreenderam que se emancipar era algo mais que colocar o homem para esfregar o banheiro ou trocar o rolo de papel higiênico, quando este tragicamente se acaba, e decidiram pactuar para viver em dupla, essa forma de convivência que tanto se critica, porém, que com o tempo, resulta ser a única possível, ou a melhor, ao menos neste mundo e nesta vida.São maravilhosas e têm estilo, mesmo quando nos fazem sofrer, quando nos enganam ou nos deixam.Usaram saias indianas aos 18 anos, enfeitaram-se com colares andinos, cobriram-se com suéteres de lã e perderam sua parecença com Maria, a Virgem, em uma noite louca de sexta-feira ou de sábado, depois de dançar "El raton", de Cheo Feliciano, na Teja Corrida ou em Quebracanto, com algum amigo que lhes falou de Kafka, de Gurdjieff e do cinema de Bergman.No fundo de suas mochilas havia pacotes de Pielroja, livros de Simone de Beauvoir e fitas de Victor Jara, e ao deixar-nos, quando não havia mais remédio senão deixar-nos, dedicavam-nos aquela canção de Héctor Lavoe, que é ao mesmo tempo um clássico do jornalismo e do despeito, e que se chama "Teu amor é um jornal de ontem".Falaram com paixão de política e quiseram mudar o mundo, beberam rum cubano e aprenderam de cor canções de Silvio Rodriguez e Pablo Milanez, conheceram os sítios arqueológicos, foram com seus namorados às praias, dormindo em barracas e deixando-se picar pelos pernilongos, porque adoravam a liberdade e, sobretudo, juraram amar-nos por toda a vida, algo que sem dúvida fizeram e que hoje continuam fazendo na sua formosa e sedutora madureza.Souberam ser, apesar da sua beleza, rainhas bem educadas, pouco caprichosas ou egoístas. Deusas com sangue humano.O tipo de mulher que, quando lhe abrem a porta do carro para que suba, se inclina sobre o assento e, por sua vez, abre a do seu acompanhante por dentro.A que recebe um amigo que sofre às quatro da manhã, ainda que seja seu ex-noivo, porque são maravilhosas e têm estilo, ainda quando nos façam sofrer, quando nos enganam ou nos deixam, pois seu sangue não é tão gelado o suficiente para não nos escutar nessa salvadora e última noite, na qual estão dispostas a servir-nos o oitavo uísque e a colocar, pela sexta vez, aquela melodia do Santana.Por isso, para os que nascemos entre as décadas de 40 e 60, o dia da mulher é, na verdade, todos os dias do ano, cada um dos dias com suas noites e seus amanheceres, que são mais belos, como diz o bolero, quando está você.Que belas são, por Deus, as mulheres da minha geração!A tradução é atribuída ao jornalista Luiz Augusto Michelazzo. Quem consegue comprovar?Existe um arquivo em pdf com o que parece ser o texto original de Las mujeres de mi generación, arquivado pelo Ceme, um centro de documentação chileno, sob a rubrica "movimentos femininos". Vai saber...
Texto supostamente escrito por Santiago Gamboa, escritor colombiano, é autor de vários livros, incluindo "A Síndrome de Ulisses", traduzido para o português e de "Perder es cuestión de método", que virou filme de Sergio Cabrera. Li artigos dele no Babelia, suplemento literário do jornal espanhol El Pais e sei que publicou um último livro Hotel Pekin, em 2008. Vi sua foto no site da editora e compartilhei de inúmeros elogios à sua narrativa, ágil, cinematográfica...

Não se faça de VÏTIMA!!!!

Não se faça de vítima!:: Graziella Marraccini ::
Na semana passada, escrevi um artigo analisando sucintamente o mapa de Michael Jackson, esse astro da musica que como um cometa se foi rapidamente pela Terra, deixando um rastro brilhante atrás de si. Os acontecimentos dessa semana me fizeram refletir sobre nossa missão de vida, sobre o rastro que cada um de nós irá deixar atrás de si após a partida. Nem todas as pessoas deixam rastros tão brilhantes, porém todos nós vamos deixar rastros, ou pelo menos, a meu ver, é para isso que estamos aqui. Viemos não somente para nossa evolução espiritual individual, mas para que, com nossa passagem, possamos deixar uma marca, um sinal de nossa existência. A vida seria muito vazia se não deixássemos algo atrás de nós. Por essa razão, precisamos conhecer nossa missão. A meu ver, não existem missões grandes ou pequenas, pois cada um de nós está num estagio diferente de evolução e por isso sua tarefa será diferente a cada encarnação. No entanto, eu percebo que muitas pessoas procuram enveredar no caminho espiritual, mas o fazem de maneira egoísta, não se preocupando com aquilo que estão deixando em volta de si. Pensam, mas estão enganados, que basta estudar, ler livros, frequentar cursos, frequentar centros espiritualistas e com isso estarão fazendo sua evolução. Não, meus caros, evoluir espiritualmente é muito mais do que isso! Muitas vezes eu recebo em meu consultório pessoas que me dizem: "Eu conheço meu mapa, conheço minha missão, sei o que devo fazer, mas encontro muitos obstáculos no meu caminho, por isso não consigo evoluir". E muitas vezes acrescentam: "A culpa é dos outros que não me deixam evoluir", ou ainda "Não consigo meditar, por causa disso, por causa daquilo" e lá se vão muitas desculpas sempre focadas 'nos outros' que acabam levando a culpa pelos nossos fracassos! Continuamos focados em nosso próprio umbigo! O problema não está nos outros mas em nós que não damos ouvido à voz do nosso Mestre, ocupados que estamos a invejar, odiar, detestar ou maldizer os outros! Evoluir espiritualmente é muito mais do que isso, meus caros leitores. E percebo isso todos os dias. A autopiedade, a retaliação, a frustração, a vingança, são sentimentos que precisam ser banidos de nossos corações, pois são eles os verdadeiros 'culpados' por nossos fracassos. Se conseguirmos substituir esses pensamentos negativos e essas reações emocionais ditadas por nosso ego ferido e os substituirmos por sentimentos positivos, de amor, de perdão, de compaixão, de generosidade, estaremos abrindo as portas ao fluxo de energia necessário para chegar no fim de nossa passagem sobre a Terra e ter feito a diferença, tendo deixado um rastro de luz atrás de nós. Se perdemos tempo e energia focalizando a vida dos outros, tendo inveja ou raiva, como podemos ter energia suficiente para trilhar nosso próprio caminho? Nossa vida é uma senda pela qual levamos nosso 'carro' para alcançar um objetivo. Cada um de nós escolhe sua própria 'lenda pessoal' antes de encarnar. Nosso espírito escolhe o momento exato do seu nascimento, a família, o local onde nascerá para que essa lenda se cumpra totalmente. È por essa razão que o mapa do nascimento é tão importante para decifrar essa lenda pessoal. Eu gosto de fazer uma comparação: Nós somos como passageiros de uma carruagem, puxada por quatro cavalos. Os cavalos correspondem aos nossos instintos vegeto-animais, (já escrevi um artigo a respeito) aqueles que nos servem para a sobrevivência do nosso físico. Procurar prazer, nos comunicar, nos reproduzir, nos sociabilizar, faz parte do homem vegeto-animal. A meu ver a carruagem corresponderia ao nosso corpo físico, ou seja, ao invólucro usado pelo espírito que é passageiro da carruagem. Esse passageiro, porém, não sabe onde ele irá levar sua carruagem, e pode percorrer o caminho levado pelos seus impulsos de sobrevivência. Por essa razão, se ele não conhecer profundamente as necessidades de cada cavalo, acabará cansando-os ou esgotando suas energias e a carruagem irá parar. E, se o passageiro não prestar atenção às valetas, aos obstáculos ou às pedras do caminho, acabará quebrando a carruagem, avariando-a e precisará parar antes de chegar ao seu destino. O passageiro tem, no entanto, dentro de si, uma voz, a voz do Mestre Interior que se conecta diretamente com a Luz. O Mestre Interior conhece a senda, conhece os obstáculos e conhece o destino final, ou seja, a missão individual. Ele procura ajudar o passageiro a dirigir a carruagem, dando-lhe conselhos, dirigindo suas escolhas. Eu costumo comparar o Mestre Interior como o Guia ou Anjo da Guarda que nos protege e nos indica o caminho. Só que nem sempre o passageiro escuta seus conselhos, distraído que está a olhar a paisagem ou as outras carruagens que o ultrapassam e que muitas vezes são mais bonitas que a sua. Então, neste momento, ele cai num buraco, não vê a valeta, e perde de vista seu destino, pois sua energia estará sendo desperdiçada em emoções descontroladas, sentimentos de inveja, de rancor ou de raiva. Alguns outros passageiros levam sua carruagem nas trilhas já traçadas por outras carruagens que passaram anteriormente e não fazem suas próprias escolhas. Eles repetem condicionamentos traçados pelos ancestrais, pela sociedade em que vivem, pelos pais que os criaram e não ouvem a voz do Mestre e tampouco sabem conduzir sua própria carruagem, deixando que os cavalos a dirijam. No entanto, aqueles que enveredam no caminho da espiritualidade e procuram realmente conhecer sua missão, podem canalizar suas energias na direção de sua meta, escutando os conselhos do Mestre, conselhos esses que todos podem ouvir. No entanto, quando perdemos alguma oportunidade de crescimento espiritual, e não compreendemos a razão do obstáculo que enfrentamos, a Voz do Mestre se faz ouvir e nos envia um aviso. Um obstáculo, uma valeta, um desvio, uma curva fechada na estrada da vida: esses são os avisos do Mestre. Porém, se nosso coração estiver preenchido com ódio e rancor, como escutá-lo, como compreendê-lo? Essa semana podemos começar a abrir nossos ouvidos aos conselhos do Mestre Interior, fazendo uma pequena meditação diária com o auxilio do nome do Gênio Cabalístico de nº 66, MANAKEL. Seu nome significa Deus que secunda e mantém tudo sobre o mundo. Seu Salmo de oração é o de nº 37. Meditem nas três letras que compõem seu nome e peçam para afastar de sua mente o 'sentimento de vitima' e para poder ouvir a voz do Mestre interior.KAUF NUM MEMLer da direita para a esquerda. 66. RESPONSABILIDADEUma semana cheia de Luz e de sentimentos de Amor!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Aos sessenta e poucos ainda brincamos...velejamos...Vania Vieira

Velejando as nuvens com meu eu...
Vania Vieira

Gosto de me distrair olhando o céu,
as nuvens se movendo para o outro lado
e o sonhos vagando por aí...
exatamente como eu...

Brinco de imaginar formatos para nuvens,
é o mesmo que poetar sonhos...
a nuvem, a mim parece um barco
navegando pelas águas de um imenso oceano.

...mais ali, parece um coração ferido
como um enorme espaço vazio,
exatamente como o meu,
encharcado pelas águas deste mar azul.

Ah, de repente fez-se uma ponte de saudade,
e,quando eu estava no meio do caminho...
a ponte desapareceu
eu caí no fundo do mar...
e quando eu percebi o céu estava nublado,
apenas a verdade começava a se formar:
tempestade da solidão!
movendo o meu barco para o fim de um outro mundo...
exatamente como o meu...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Aos cinquenta...sessenta...setenta e um pouco mais...Adília Bellotti.

Aos cinquenta, um pouco mais, um pouco menos, temos com certeza rugas nos olhos. Mas em alguns afortunados, há mais. Muito mais que isto. Há um brilho intenso que não se apaga. São portadores de olhos que riem. E já que dizem que os olhos são o espelho da alma, podemos imaginar que alegres almas habitam estes seres.O que sabem eles, o que garante a eles esta porção diária de alegria?Acredito que a magia venha do fato de não darem guarida a ressentimentos. Isto mesmo. Não requentam sentimentos já vividos, impressos em papel amarelo e já sem bordas. Não choram por dores de anos atrás.Não pranteiam amores há muito esgotados. Não enterram os mesmos mortos todos os dias.Ao acordarem lavam o rosto e o coração. Ao invés de ressentir (sentir novamente) o já vivido, preferem sentir, atualizando-o.São aquelas pessoas que a gente encontra na rua e que estão sempre de braços abertos. Que nos abraçam forte, mas nos deixam ir quando chega nossa hora.Braços abertos que se abrem na direção do que vem. Braços abertos para não reter o que vai.Não antecipam, não recusam. Não recuam. Ao invés de ressentimento, aceitação.Aprendizado que leva uma vida. Conquista. Aceitam que a vida corre por caminhos nem sempre escolhidos por nós. Aceitam que amores acabam. Que os filhos crescem e não gravitam mais em torno de nós. Que temos que andar para fazer baixar nosso colesterol. Que algumas dores no corpo vêm para ficar. Que os cabelos brancos crescem muito mais depressa que nossos cabelos antigos. Que amizades especiais e únicas se desfazem, deixando em nós o furo da saudade. Aceitam que já andamos mais da metade do caminho.E por aceitarem a vida como ela é e por não se ressentirem pelo fato dela não ser como queriam que ela fosse é que seus olhos estão sempre rindo, escancarando a alegria dessa alma de ainda estar na vida.A ela, dizem sempre: Que venha!!!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

QUEM???

*QUEM É LOUCO, AFINAL ???*(Rubem Alves)“Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental.Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveriaser um especialista no assunto.E eu também pensei.Tanto que aceitei.Mas foi só parar para pensar para me arrepender.Percebi que nada sabia.Eu me explico.Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, dentro do meuponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujoslivros e obras são alimento para a minha alma.Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles,Maiakovski.E logo me assustei.Nietzsche ficou louco.Fernando Pessoa era dado à bebida.Van Gogh matou-se.Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve:não suportava mais viver com tanta angústia.Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica.Maiakovski suicidou-se.Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para osvivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos.Mas será que tinham saúde mental?Saúde mental, essa condição em que as idéias comportam-se bem, previsíveis,sempre iguais, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas ascoisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo queo corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado;nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, bastar fazer o quefez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme)ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, a coragem de pensaro que nunca pensou.Pensar é uma coisa muito perigosa....Não, saúde mental elas não tinham.Eram lúcidas demais para isso.Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idosos de gravata.Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental.Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos aque teria de se submeter se fosse pedir emprego numa empresa.Por outro lado, nunca ouvi falar de político que tivesse estresse oudepressão.Andam sempre fortes em passarelas pelas ruas da cidade, distribuindosorrisos e certezas.Sinto que meus pensamentos podem parecer pensamentos de louco e por issoapresso-me aos devidos esclarecimentos.Nós somos muito parecidos com computadores.O funcionamento dos computadores, como todos sabem, requer a interação deduas partes.Uma delas chama-se hardware, literalmente "equipamento duro", e a outra sedenomina software, "equipamento macio".O hardware é constituído por todas as coisas sólidas com que o aparelho éfeito.O software é constituído por entidades "espirituais" - símbolos que formamos programas e são gravados nos disquetes.Nós também temos um hardware e um software.O hardware são os nervos do cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe osistema nervoso.O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados namemória.Do mesmo jeito, como nos computadores, o que fica na memória são símbolos,entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo "espirituais" , e o programa maisimportante é a linguagem.Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos nosoftware.Nós também.Quando o nosso hardware fica louco faz-se necessário chamar psiquiatras eneurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o quese estragou.Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis nãofuncionam.Não se conserta um programa com chave de fenda.Porque o software é feito de símbolos, somente símbolos podem entrar dentrodele.Assim, para se lidar com o software há que se fazer uso dos símbolos.Por isso, quem trata das perturbações do software humano nunca se vale derecursos físicos para tal.Suas ferramentas são palavras, e eles podem ser poetas, humoristas,palhaços, escritores, gurus, amigos e até mesmo psicanalistas.Acontece, entretanto, que esse computador que é o corpo humano tem umapeculiaridade que o diferencia dos outros:o seu hardware, o corpo, é sensível às coisas que seu software produz.Pois não é isso que acontece conosco?Ouvimos uma música e choramos.Lemos os poemas eróticos de Drummond e o corpo fica excitado.Imagine um aparelho de som.Imagine que o toca-discos e os acessórios(o hardware)tenham a capacidade de ouvir a música que ele toca e se comover.Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta e searrebenta de emoção!Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei no princípio:a música que saía de seu software era tão bonita que seu hardware nãosuportou.Dados esses pressupostos teóricos, estamos agora em condições de ofereceruma receita que garantirá, àqueles que a seguirem à risca, saúde mental atéo fim dos seus dias.Opte por um software modesto.Evite as coisas belas e comoventes.A beleza é perigosa para o hardware.Cuidado com a música.Brahms e Mahler são especialmente contra-indicados.Já o rock pode ser tomado à vontade.Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar.Há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento.Se há livros do doutor Lair Ribeiro, por que se arriscar a ler Saramago?Os jornais têm o mesmo efeito.Devem ser lidos diariamente.Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e carasdiferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisasiguais.E, aos domingos, não se esqueça do Silvio Santos e do Gugu Liberato.Seguindo essa receita você terá uma vida tranqüila, embora banal.Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banalela é.E, em vez de ter o fim que tiveram as pessoas que mencionei, você seaposentará para, só então, realizar os seus sonhos.Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já terá seesquecido de como eles eram."